GRACIE
"Olá, coelhinho, sentiu saudades de mim?"
Eu o ignorei e tentei passar por ele, mas ele segurou meu braço quase dolorosamente, ainda com aquele sorriso estúpido no rosto que eu só queria apagar.
"O que? Solte, você está me machucando", eu disse, lutando para libertar meu braço de seu agarre, mas ele apenas apertou ainda mais.
Se ele tinha me ouvido, não mostrou nenhuma indicação.
"Aww, a coelhinha finalmente decidiu que tem uma voz", ele disse provocativamente.
Eu lancei meu olhar mais duro para ele, mas ele estava totalmente indiferente.
"Me solte agora", repeti, tentando soar firme, mas falhando miseravelmente.
"Te soltar? Mas eu voltei precisamente por você, com certeza senti sua falta todo esse tempo", ele respondeu, então seus olhos vagaram brevemente pelo meu corpo antes de retornarem ao meu olhar.
"Devo dizer que você cresceu nesses dois anos, mas ainda é tão feia quanto eu me lembro."
Por mais que eu me dissesse para não ser afetada por suas palavras, ainda me machucava, meus olhos ardiam e eu precisava sair imediatamente antes de me desonrar chorando na presença dele.
"Me solte agora, Hayden", eu rosnei, tentando passar por ele com toda a minha força, mas ele não se moveu, seu sorriso parecia se alargar.
"E se eu não soltar? É realmente risível ver que você desenvolveu uma espinha dorsal", ele disse rindo, então seu rosto mudou para um olhar duro enquanto se inclinava e sussurrava em meu ouvido.
"Porque será divertido quebrá-la lentamente desta vez, de novo e de novo."
Eu me disse muitas vezes que não era mais aquela garota fraca que permitiria ser intimidada e intimidada...
Eu precisava ser forte agora ou passaria este último ano sob sua influência...
Eu o esbofeteei!
Ambos parecemos surpresos por um momento.
Eu realmente não quis, um momento eu estava presa contra ele, e no próximo...
A expressão chocada em seu rosto foi impagável...
Parecia que o tempo parou entre nós e contando um... Dois... Três...
Ele agarrou meus ombros com força.
"Você vai pagar por isso!" Ele rosnou, o braço erguido, fechei os olhos me preparando para o impacto, um momento passou, depois outro, mas ainda nada...
Abri os olhos lentamente para ser recebida por seus olhos verdes como floresta, por um momento algo passou por seu olhar, mas desapareceu tão rápido antes que eu pudesse decifrar o que era.
"Gracie?" Uma voz quebrou nosso transe, ele soltou meus ombros e se afastou.
"Por que você não está vindo para a aula? Já se passaram alguns minutos", Lyn perguntou, mas sua atenção estava na forma de Hayden se afastando.
"Você está bem? Por que ele te parou desta vez?" Ela perguntou, sua voz carregada de preocupação.
"Estou bem, não é nada, vamos para a aula", eu disse.
Ela parecia prestes a discutir, mas em vez disso assentiu incerta...
Enquanto caminhávamos para a próxima aula, não conseguia parar de pensar no que acabara de acontecer...
O que ele quis dizer com ter voltado apenas por mim? Ainda podia ouvir sua ameaça na minha cabeça: "Vou quebrar tudo de novo e de novo".
Já se passaram dois anos, por que ele teve que voltar justo quando eu estava começando a reconstruir minha vida?
E pior de tudo, por que ele ainda me escolhe como alvo?
Inspirei profundamente e expirei alto, este último ano não será fácil, farei o meu melhor para me manter longe dele o máximo possível, mas mesmo enquanto pensava, sabia que não seria tão fácil...
Felizmente, não tivemos mais aulas juntos pelo resto do dia. Quando a escola finalmente terminou, dei uma olhada cuidadosa antes de correr para o carro de Lyn. Ele estava conversando com um grupo de atletas e pessoas do círculo popular, me perguntei se ele tinha me visto, mas não importava, agora eu estava segura no carro de Lyn.
"Tchau!" Eu disse acenando para Lyn enquanto ela me deixava na frente da minha casa.
Deixei minha mochila cair e me joguei preguiçosamente no sofá.
"Você voltou?" Era minha mãe, ela disse enquanto descia as escadas.
"Sim", respondi resistindo à vontade de revirar os olhos, ela claramente estava me vendo, mas ainda perguntava se eu tinha voltado.
Meu pai é jornalista, enquanto minha mãe trabalha em um hospital como enfermeira, ele sempre está viajando, passo a maior parte do tempo com minha mãe e, é claro, com minha tão "amorosa" irmã Ashley.
"Preparei o almoço, tenho um plantão esta noite e vou sair agora, te amo", ela disse beijando as duas minhas bochechas.
"E quando sua irmã voltar, certifique-se de fechar todas as janelas e portas, você sabe que..."
"Eu sei, sim, sim", eu disse antes que ela pudesse começar com seus longos sermões sobre como não era seguro no bairro, blá, blá, blá...
Depois de um rápido banho, desci para almoçar, meus pensamentos continuavam voltando para o que aconteceu na escola hoje, por mais que eu tentasse desviar.
Ainda não podia acreditar que o tinha esbofeteado, embora não pudesse negar que ele merecia, apenas rezava para que me deixasse em paz depois de hoje.
Um suspiro escapou dos meus lábios enquanto eu limpava a louça, Ashley ainda não tinha voltado para casa, por enquanto vou apenas trabalhar nas minhas tarefas.