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6. Magia e maquiagem

      • Cora * * *

Eu não podia acreditar que fui convidada para sair. Nunca tinha ido a um encontro, e Jax era o homem mais atraente que eu já tinha visto. Eu não fazia ideia do que ele via em mim. Eu não era pequena como outras garotas. Eu era desajeitada e estranha. Eu parecia um lixo quando ele atendeu a porta. Eu estava tão empolgada que não conseguia me conter. Eu não podia acreditar. Corri escada acima até o quarto da Marina.

Eu queria contar a alguém o que tinha acontecido, e não tinha mais ninguém. Sem mencionar que eu queria falar com ela sobre toda essa coisa de bruxa. Bati na porta dela. Depois de um minuto, ela abriu a porta. "Oi, Cora." Ela parecia tão arrumada. Seu cabelo e maquiagem estavam perfeitos. Suas roupas, como na noite passada, estavam impecáveis. Ela poderia ser modelo. "Quer entrar?" Eu assenti e entrei no quarto dela.

O quarto era ultramoderno. As paredes eram pintadas de preto. A colcha da cama era de um preto felpudo com algumas almofadas laranja queimado. Havia algumas fotos interessantes na parede. Algumas tinham caveiras, e outras eram desenhos de plantas. Então, olhei para a cômoda de madeira escura. Notei que havia vários itens sobre ela. Alguns pareciam realmente assustadores. Então, notei um aquário perto da janela. Cheguei mais perto para dar uma olhada melhor. Era uma cobra.

"Esse é o Haima. Ele é uma jiboia." "Ah," eu tremi. Nunca gostei de cobras. Elas me davam arrepios. A maneira como engolem suas presas inteiras. Ela sorriu para o aquário. "Tenho ele há muito tempo. Ele é o melhor." "Eu não sabia que podíamos ter animais de estimação?" "Ah, bem, quando perguntei, disseram que uma cobra estava tudo bem. Acho que é porque elas não fazem bagunça no chão como gatos ou cachorros fariam. Eu pessoalmente odeio cachorros." "Eu não me importo com eles." "Enfim, você queria falar comigo?" "É, eu, bem, não tenho mais ninguém com quem falar sobre nada, e bem, você disse que éramos amigas." "Nós somos amigas, Cora."

Eu dei um sorriso para ela. Eu queria falar com alguém, mas talvez toda essa coisa de bruxa fosse estranha. Achei melhor começar com o Jax e ver como isso ia. "O cara da noite passada." "O que você ficou secando a noite toda?" "Hum, é, acho que sim." "Ok, o que tem ele?" "Ele é o dono da casa, e ele veio verificar as escadas, já que a Sierra caiu delas. Mas enfim, ele me convidou para sair." Marina deu um gritinho, e eu ri. Então era isso que era ter amigos. "Estou supondo que você disse sim." Eu apenas assenti.

"E o que você vai vestir? Quando ele vai te buscar? Para onde vocês vão?" "Eu não sei nada disso." "Bem, eu adoraria te ajudar a se arrumar." Eu sorri. "Sério?" "Com certeza, como te disse ontem. Você é uma boa pessoa, e estávamos destinadas a ser amigas." Eu não pude deixar de sorrir. Eu me sentei na cama dela. "Ok, vamos lá, eu sei que você quer me contar outra coisa." Eu respirei fundo. "Eu sou uma bruxa." Marina sorriu. "Eu sei." "Como assim você sabe?" "Quero dizer, eu senti isso ontem à noite." Meu rosto caiu.

"Não, eu sabia que o que aconteceu com a Sierra foi um acidente. Não penso nada sobre isso. Passei a noite toda com você, lembra? Eu sabia que você não queria que ela se machucasse." "É, bem, eu sou novo nisso tudo." "Sério? Mas, sem querer ofender, você é meio velho pra estar descobrindo essas coisas agora." Olhei ao redor nervosamente. "É, minha mãe não gostava muito de magia."

Eu não sabia se isso era verdade. Mas tinha que ser algo assim, porque ela nunca me contou nada sobre isso. Nem nunca a vi usar magia. "Então, como você descobriu? Ou você só juntou as peças, tipo, foram várias coisinhas pequenas, e você fez uma pesquisa na internet e tudo fez sentido?" Menti descaradamente, esperando que ela não percebesse. "É, meio que foi se juntando." Isso não era uma mentira completa, apenas uma meia-verdade. Ela não parecia notar nada de errado. "Então, você sabe o que eu te disse para falar esta manhã para parar a ressaca." "Sei." "Bem, aquilo era um feitiço." "Eu imaginei que poderia ser." Ela sorriu para mim.

"Então, você precisa de um professor? Eu poderia te ensinar algumas coisas. Você sabe o que eu pratico." Fiz uma pausa longa. Eu não esperava que ela oferecesse. Eu sabia que já estava sendo ensinada pela própria deusa. Mas saber o que Marina sabia não seria tão ruim, certo? Eu poderia aprender com as duas. Hécate me disse para não contar a ninguém, exceto para minha parceira. Eu estava aprendendo com ela e não matando ninguém. Então, aprender com Marina estaria dentro das regras dela. Eu poderia aprender com as duas. "Sim, eu gostaria disso."

Ela sorriu. "Bem, primeiro, devemos começar com algo divertido." "Divertido?" "Sim, vamos ver. Você acha que demora muito para se arrumar, tipo suas unhas, depilação, maquiagem, essas coisas?" "Sim, leva um tempo." "Ok," ela levantou as mãos na frente do rosto. Suas unhas mudaram para um azul brilhante diante dos meus olhos. Depois, ela moveu as mãos para revelar um rosto fresco, sem maquiagem. Então, ela levantou as mãos de novo, cobriu o rosto e as removeu novamente para revelar sua maquiagem perfeita. "Como você fez isso?"

Ela riu. "Fácil, imagine-se como você quer ser, e isso acontecerá." "Funciona com peso?" "Não, infelizmente. Você não pode mudar sua aparência, apenas o que está na sua pele." "Ok, então o que eu faço?" "Ok, então pense na sua pele. Como você quer que ela fique e imagine isso. Depois, você deve dizer, 'Faça acontecer.' Você pode dizer isso na sua cabeça." Olhei para meus dedos, imaginei-os azul claro e disse as palavras na minha mente. Então, eles mudaram diante dos meus olhos. Fiquei chocada. Marina riu. Eu estava tão feliz, isso era tão legal. "A maioria da magia é apenas sobre imaginar as coisas e exercer sua vontade para que elas aconteçam."

Eu ri. Isso era a coisa mais incrível que já tinha acontecido comigo. Eu não conseguia acreditar. Marina estava sorrindo do mesmo jeito que eu. "E não é só com cosméticos. Você pode fazer isso com roupas também. Se está na sua pele, você pode mudar. Essa é a regra. Você não pode mudar o interior, mas pode mudar o exterior." Isso fazia sentido. Continuamos a brincar e rir. Eu me diverti com o que Marina me ensinou. Também nos conhecemos ainda mais.

Marina era tão doce e engraçada. A infância dela parecia um sonho para mim. Ela tinha aprendido magia desde pequena. Sem contar que ela tinha uma família super unida. Estávamos sentadas almoçando na mesa. "Você já pensou em mudar seu cabelo para vermelho?" Olhei para meu longo cabelo branco. "Não, na verdade, eu realmente amo meu cabelo." Desde que descobri que era descendente direta de Hécate e podia ver a semelhança entre nós, passei a gostar ainda mais do meu cabelo. Meu cabelo branco já era algo que eu amava em mim mesma; não mudaria por nada.

Passamos a maior parte do dia juntas. Quando a hora do jantar se aproximou, eu sabia que precisava me preparar. Entrei no chuveiro, onde normalmente me depilava. Fiz como Marina me ensinou e imaginei meu corpo inteiro, exceto o cabelo da cabeça, sem pelos. Eu disse: "Que assim seja." Os pelos desapareceram. Imaginei a pele lisa como manteiga, sem nenhuma irritação ou coisa do tipo, e a pele mudou. Quando saí do chuveiro, percebi que minha pele nunca tinha estado tão macia.

Ri de alegria. Então olhei para meu rosto, focando nas minhas sobrancelhas. Eu sempre moldava minhas sobrancelhas arrancando os pelos e preenchendo-as, mas com a magia, elas ficaram perfeitas. Em seguida, passei para a maquiagem. Queria que parecesse natural, mas com um olho esfumado, e em segundos, estava feito. Depois foi o cabelo. Não sequei nem nada; estava seco e liso, sem nenhum fio fora do lugar. Escovei os dentes e fui para o meu quarto encontrar algo para vestir. Devia ter experimentado tudo no meu armário. Algo precisava estar certo. Eu estava tão nervosa. Nunca tinha ido a um encontro. Não sabia o que vestir. Me enrolei no meu robe e corri para o quarto de Marina. Ela abriu a porta. "Não sei o que vestir." "Entre." Entrei, e ela olhou para mim no meu robe. Ela foi até o armário e puxou um vestidinho preto. "Isso não vai caber em mim."

"Confie em mim, vai sim." Eu me senti envergonhada de me despir com ela me olhando. Nunca tinha ficado nua na frente de ninguém desde que era criança, e mesmo assim, era só na frente da minha mãe ou de um médico. Marina deve ter percebido minha apreensão. "Vou me virar para te dar um pouco de privacidade."

"Obrigada." Tirei meu roupão e vesti o vestido. Era como ela disse, serviu, e eu fiquei chocada. "Ok, você pode olhar." Ela se virou e me encarou. "Caramba, Holly, você está maravilhosa." "Sério?" "Ah, sim, esse cara não vai saber o que o atingiu. Tenho certeza de que ele vai querer te despir, mas falta algo." Então, o vestido ficou azul claro.

"Agora sim, está perfeito. Mas você precisa de sapatos." Marina correu para seu armário e me deu um par de saltos pretos que se transformaram em um lindo azul suave para combinar com o vestido. Eu os coloquei, ganhando um pouco de altura, o que foi bom. Eu só tinha 1,60m quando estava descalça. "Agora você está perfeita. Por que não se olha no espelho?" Eu me virei e olhei no grande espelho de chão. Eu estava incrível, e honestamente fiquei tão surpresa. Nunca tinha me visto tão bem. Sorri, olhando para Marina. "Você pode ficar com o vestido e os sapatos." "O quê?"

"Sim, eu tenho mais roupas do que o suficiente. Além disso, essas ficam muito melhores em você do que em mim." Eu não sabia o que dizer. "Ah, vamos lá, para que servem as amigas? Nós devemos trocar roupas e maquiagem e essas coisas." "Obrigada, Marina." Eu estava de repente tão nervosa. Eu não tinha ideia do que estava fazendo. O que eu sabia sobre homens, nada? Nunca tive irmãos ou amigos homens. "O que há de errado, Cora?" Meu rosto deve ter mostrado o quão nervosa eu estava.

"Marina, eu não sei como fazer isso. Nunca namorei ninguém. Nunca estive sozinha em um quarto com um homem." "Sério?" "Sim, eu não sei nada." "Bem, namorar é fácil. Você só conversa sobre coisas. Essa parte é fácil. Depois tem o beijo." Eu me senti fraca nos joelhos. "O quê?" "Bem, sim, você geralmente beija no final de um encontro, e se for muito bem, vocês fazem sexo." Minha boca de repente ficou seca. Eu sabia sobre sexo, não por causa da minha mãe, mas porque tive educação sexual como parte do meu currículo de ensino em casa. Eu estava completamente fora da minha zona de conforto aqui.

"Você não acha que ele vai querer isso de mim, né?" "O quê, sexo?" Eu assenti. "Eu não sei. Quer dizer, homens sempre querem sexo, então talvez, mas obviamente, se você não quiser fazer sexo, então não faça." Ok, eu podia fazer isso. Eu precisava me acalmar. "Leve isto também. Você precisa de uma bolsa pequena com esse conjunto." Era uma pequena clutch que ela certamente mudou para combinar com tudo. "Não se preocupe, Cora, eu tenho um milhão de bolsas. Não vou sentir falta de uma clutch pequena."

"Agora é melhor você colocar suas coisas na clutch. Ele vai chegar a qualquer minuto." Eu não pude evitar, mas abracei Marina. Eu tive muita sorte de ter conhecido alguém como ela. Ela era tão amigável e generosa; eu estava com muita sorte. Ela me abraçou de volta, e eu corri para meu quarto para arrumar a clutch. Então ouvi a campainha tocar. Era isso. Respirei fundo algumas vezes e então desci as escadas até a porta.

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