Parte 5
/Seu ponto de vista/
"Merda!" Bufei, irritado, batendo o telefone na cama. O som irritante do meu toque estava me causando uma dor de cabeça. Mas isso não era a única coisa. Sara não parava de me ligar por algum motivo.
No início, ela foi muito vaga sobre a ligação e quando eu desliguei, ela ligou de novo. Era por um motivo muito estúpido. Ela estava com saudades de mim. Eu podia ver os sinais, os sinais de que ela estava se apegando rapidamente.
Nosso acordo era apenas nos aliviarmos quando quiséssemos. Na primeira vez que transamos, deixei claro para ela. Mas ultimamente parecia que ela estava tendo uma ideia diferente.
"Edward?" Ouvi uma batida na porta. Minha cabeça virou na direção do som.
"Quer se juntar a nós?" Meu pai perguntou, ao que imediatamente saí da cama. Pelo menos aquilo me distrairia de ficar com raiva e fazer algo impulsivo. Talvez terminar o relacionamento com Sara.
"O que aconteceu?" Perguntei, colocando o telefone no bolso da calça e seguindo em direção às escadas. Meu pai tenso com a pergunta, mas suspirou enquanto me encarava.
"Armund esqueceu de encomendar os doces para amanhã. E agora Francesca está fazendo um escândalo."
Revirei os olhos com isso. E eu pensando que havia um problema genuíno. Minha prima tinha a tendência de ser dramática demais, então nem me dei ao trabalho de pensar sobre a reação dela. Qualquer um que a conhecesse concordaria com minha afirmação.
"Isso nem é surpreendente" Resmunguei enquanto passávamos pelo corredor e meus olhos imediatamente foram para a porta branca.
Aria estava dormindo lá dentro, pelo menos era o que parecia quando fechei a porta e ela ainda estava trancada. Um sorriso bobo se formou em meu rosto quando lembrei do último encontro que tivemos. Mesmo odiando pessoas que retrucavam, Aria era diferente. O tipo de garota que eu nunca tinha conhecido antes, mas estava genuinamente curioso para conhecê-la. Ela parecia uma obra de arte. E isso é algo que não posso ignorar.
Mas e se ela tiver um namorado? Um pensamento aleatório surgiu em minha mente. Isso não era possível, porque ela o teria trazido para o casamento. Talvez ele apareça no dia do casamento.
Contive um gemido. Por que eu estava pensando no suposto namorado dela?! Sério, eu preciso de um tempo, pensei enquanto cobria o rosto com a mão.
"Ei, seja legal com ela. É o casamento dela" Meu pai estreitou os olhos para mim.
"Isso é algo com o que tenho que trabalhar"
Ele riu, balançando a cabeça, e finalmente estávamos caminhando em direção à cozinha. Meu pai olhou por cima do ombro ao ouvir os sussurros abafados e os ruídos irritados de dentro. Edward percebeu que era tarde demais e não havia como voltar atrás. Ele teria que suportar a conversa exageradamente dramática entre as famílias.
"Tem certeza de que quer dirigir sozinho?" Francesca provocou depois que foi decidido que eu iria buscar o pedido na cidade.
Como a casa de praia estava localizada longe, ninguém estava pronto para fazer a entrega com tão pouco tempo. Então, quando meu pai perguntou se eu estava pronto para trazer os doces de volta, não tive outra opção a não ser dizer sim. Seriam as duas horas mais longas, navegando pelo sinal adequado e seguindo pela estrada certa.
"É, como se eu tivesse escolha" murmurei enquanto pegava a garrafa de água próxima. Desparafusei a tampa da garrafa e dei um grande gole, sem perceber o quanto estava com sede. Deve ser todo o tempo que passei sob o sol lá fora, era isso que estava deixando minha garganta seca.
"Você se voluntariou para isso!" Ela exclamou, dando um tapa no meu braço. Doeu, então a empurrei de volta, fazendo com que nos encarávamos como um bando de crianças antes dela se afastar e ficar ao lado da mãe de Aria.
"Porque você está tão perto de chorar" provoquei, cruzando os braços no peito.
Seus olhos saltaram com meu comentário e ela balançou furiosamente a cabeça, "Eu não estava"
"Deve ser divertido. Ficar em negação"
Eu podia sentir os olhos da minha mãe em mim enquanto ela estava ocupada organizando a bagunça na cozinha. Ela balançou a cabeça como se estivesse tentando me dizer para me acalmar. Sempre foi assim, entre mim e Francesca. Talvez por causa do fato de estarmos tão próximos em idade e não termos ninguém para brincar quando éramos mais novos. Na maioria das vezes discutíamos sobre coisas aleatórias para passar o tempo.
"Cala a boca!" Minha prima revirou os olhos infantilmente enquanto eu podia ouvir a conversa ao fundo. Seu pai já estava estressado com os eventos do dia seguinte.
"Me agradeça depois" Francesca murmurou, olhando na minha direção. Antes que eu pudesse perguntar do que ela estava falando, notei Ariana entrando na cozinha. Sua caminhada estava melhor do que antes, talvez tirar uma soneca tenha sido afinal a cura que ela precisava.
Ela evitou olhar na minha direção, mal mantendo contato visual enquanto encarava minha prima. O que ela estava tramando? Será que ela ia fingir que eu nunca a carreguei para o quarto? Só de pensar nisso, meus olhos se fecharam.
Não havia dúvidas em minha mente de que eu estava atraído por ela. Como alguém poderia estar em sua presença e não desejar tê-la? Ela era tão delicada e suave, como um ouriço com espinhos porque sempre tem raiva no nariz. Mesmo sendo pequena e delicada, ela é barulhenta, atrevida e todos podem facilmente notar sua presença. Ela é o tipo de pessoa tão perspicaz e afiada que você simplesmente não pode ignorá-la, não importa o que aconteça. Sem mencionar aquelas curvas deliciosas, eram tão impecáveis, meu dedo coçava para tocá-la novamente e nunca mais soltá-la.
"Sim, Edward vai com você" Francesca sorriu olhando na minha direção e foi aí que percebi o que ela estava fazendo. Ela estava tentando nos juntar. Será que foi por isso que ela murmurou na minha direção que eu deveria agradecê-la depois?
Notei que os olhos de Ariana se arregalaram quando ela ergueu a cabeça para olhar na minha direção. Sorri para ela, já pensando em uma longa viagem com ela. Seria divertido, disso eu ia me certificar.
Enquanto a maioria saía da cozinha, deixava Ariana para trás. Ela estava revirando a geladeira, meio consciente da minha presença atrás dela. Tentei desviar os olhos de sua retaguarda, mas era impossível. Ela estava se inclinando bem na minha frente, seus quadris redondos e firmes me faziam desejar mordê-los.
Eu cerrei os punhos ao meu lado, tentando pensar em coisas não atraentes. Já era impossível controlar perto dela e agora que ela estava se inclinando na minha frente, parecia quase impossível. Meu membro deu um espasmo quando ela fez um som suave e finalmente empurrou a porta da geladeira com o traseiro.
Naquele momento, senti como se realmente devesse ser a geladeira.
Um guincho escapou de seus lábios assim que ela me notou parado na frente dela. Seu aperto na caixa de suco se intensificou enquanto tentava controlar a respiração.
"Você quase me assustou. O que está fazendo aqui?" Ela perguntou enquanto desparafusava a tampa da caixa de suco, sua língua se projetando em concentração. A ponta rosa de sua língua, molhada e brilhante, me fez imaginar ela de joelhos, implorando por mais.
A imagem mental foi o suficiente para fazer meu ouvido latejar. Ela olhou para cima, esperando minha resposta.
"Eu não sabia que você era a dona deste lugar" Limpei a garganta, optando por colocar as mãos nos bolsos. Era seguro e as manteria sob controle.
Ela juntou os lábios, "Sim, agora eu sou"
Com isso, ela deu um gole no suco, o restante escorrendo do canto dos lábios. Meus olhos seguiram o movimento enquanto o líquido laranja beijava sua pele, escorrendo do canto da boca até o queixo. Eu abri os lábios, respirando através deles enquanto ela rude e rapidamente limpava o líquido e me encarava.
Eu desviei o olhar, envergonhado por ter sido pego. Algo definitivamente estava errado comigo, porque ninguém nunca me afetou daquela maneira antes. Era como se eu não conseguisse funcionar perto dela sem fazer papel de bobo.
"Como está sua perna?" Eu deixei escapar para quebrar o silêncio na sala, mas então mordi a língua. Foi tão estúpido porque ela já havia respondido sobre isso para minha mãe.
Ariana não pareceu nem um pouco irritada, em vez disso, ela ficou surpresa com minha preocupação repentina. Ela estendeu a perna na minha direção e bateu com força no chão. Será que ela estava tentando provar um ponto ou algo assim?
"Sou indestrutível."
"Essa é uma boa atitude para alguém que tem 1,63m."
Ela piscou os olhos, o nariz se dilatando de forma cômica, e apertou a caixa, "Cala a boca. Tenho 1,73m."
Uma risada borbulhou do meu peito com o comentário dela. Ela definitivamente estava mentindo. Não havia como ela ter altura média.
"Essa é a mentira que você contou nos parques de diversões?"
Ela me encarou, "Não, eu passei facilmente porque sou de altura média."
"O que quer que te faça dormir à noite" dei de ombros enquanto ela dava outro gole no suco. Estava claro que ela estava incomodada com sua altura, então decidi deixar o assunto de lado. Irritá-la era a última coisa que eu queria. Provavelmente, minha prioridade era entrar em sua cama.
"Então, está animada para amanhã?" Perguntei, mexendo as sobrancelhas na direção dela.
Ela fez uma careta fofa, como se estivesse tentando entender sobre o que eu estava falando. Como se a realização tivesse surgido, ela bufou e balançou a cabeça.
"Obrigada por me lembrar que me inscrevi para minha própria destruição."
"Ai, sinto tanto amor agora."
Ela fez um som de reconhecimento, "Como deveria."
"Não se preocupe, vou garantir que você não consiga esquecer."
Ariana fez uma careta com isso, colocando a caixa de suco de volta na prateleira e se virando para mim, "Vai ser tão ruim assim?"
Balancei a cabeça com simpatia, "O pior."
"Ah, e eu pensando que já tinha experimentado o pior."
"Não, amanhã será diferente."
"Estou contando com isso," ela disse enquanto caminhava em direção à porta. Ela se virou para mim como se fosse dizer algo, mas apenas se afastou.