




Meu rei
AVISO: Este capítulo contém conteúdo sexual leve, não adequado para crianças.
---------------
A noite ainda não deu boas-vindas ao dia. Há pouca luz lá fora, mas estou completamente desperta. Correndo pelo território dele, aquecendo meu corpo. Hoje é o dia em que tenho que provar meu valor ao meu suposto companheiro. Não é que eu esteja nervosa ou ansiosa, mas me sinto irritada por ter que provar meu valor. Por ter que me despedaçar, peça por peça, para mostrar a ele que sou digna de governar ao seu lado. Toda minha vida tive que lutar, pensando que poderia haver um fim para isso. Talvez quando eu tomasse meu trono ou até mesmo quando encontrasse meu presente da lua. Mas acho que meu destino é sempre lutar. Lutei pela sobrevivência, agora luto pela aceitação. Aceitação dele.
Paro de repente, todos os pensamentos voando na minha mente, seu cheiro toma conta do meu corpo. Minha mente fica turva. Olhos procurando, pernas tentando me levar até ele. Mãos coçando para segurá-lo, pele querendo sentir seu calor. É uma batalha entre mente, corpo e coração. Uma guerra da qual não consigo me afastar, uma guerra que não consigo vencer.
Observo-o, o flexionar de seus músculos a cada esticar de seus ossos. Suor pingando de seu peito, descendo até seu abdômen esculpido. Cada movimento de seu pomo de Adão ao engolir água. Seu maxilar se contrai, mãos se fecham em punhos. Ele sente o calor do meu olhar sobre ele. Olhos se encontram, minha respiração falha, o vínculo entre nós se acende. Como ele pode lutar contra isso? Por que ele deseja fazer isso? Eu não entendo.
Dou passos hesitantes em sua direção, seus olhos olhando para meus pés percebem meu movimento, no entanto, eu paro novamente. Uma mulher se aproxima dele, sorrindo com bochechas vermelhas e tímidas. Entregando-lhe uma toalha, que ele aceita, iniciando uma conversa entre eles. Ela lentamente coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha, mordendo o lábio. Ela o deseja. Ele já a teve antes? Ele a provou? Recebo minha resposta quando seus olhos encontram os meus novamente. Ele responde minha pergunta com aqueles olhos. Os espinhos ao redor do meu coração se afundam mais, lágrimas querendo ser liberadas do controle que tenho sobre elas, pernas tremendo com o peso do meu coração. Olho para ela, memorizando suas feições. Ela será a primeira que destruirei. Minha loba concorda. Escolhas trazem consequências.
Virando-me, não querendo que ele veja minha fraqueza, começo a correr. Lágrimas escorrem livremente pelo meu rosto, eu libero o controle. Está tudo bem... está... tudo bem. Não sei para onde estou indo, mas esta é a única maneira de me curar. Deslizando entre as árvores, meus soluços ficando mais altos, lágrimas bloqueando minha visão. Corro mais rápido, mais fundo na floresta, cada vez mais longe dele.
Do nada, meu corpo é empurrado por trás. Grito com o impacto repentino, caindo no chão. Dor tomando conta do meu corpo, deitada de costas, sentindo algo pairando acima de mim, abro os olhos. Reconhecendo o cheiro, sei que é o lobo de Deimos. Ele rosna, saliva pingando de seu queixo em mim. Seus rugidos ecoam de seu peito, olhos vermelhos me encarando. Ele me circula como se eu fosse sua presa. Cheirando, lambendo, mordendo, se acostumando com sua companheira. Entendo sua raiva. Eu fugi dele. A parte lobo dele não aceitou isso, lutou e rasgou Deimos para me encontrar e capturar. Eu trouxe seu lobo à tona.
Eu apenas fico sentada ali quieta, não querendo ver a fúria de um verdadeiro macho Alfa. Lentamente levantando as mãos para tocar seu pelo. Ele afunda suas presas no meu pulso, sangue escorrendo. Eu estremeço de dor. Ele retrai e lambe meu ferimento. Sua maneira de mostrar que me aceita como sua Luna. Sua Rainha. Lágrimas escorrem pelo meu rosto, acariciando seu pelo. Nossas testas se tocam, olho no olho.
"Obrigada, Meu Rei." Eu sorrio, os lábios tremendo. Estou feliz. Ele geme lambendo minhas lágrimas, provocando uma risada em mim. O tempo passa, passamos tempo nos conhecendo, brincando de pega-pega, caçando. Apenas aproveitando o calor um do outro. Ele me faz esquecer de tudo por um tempo, me sinto contente e sou grata a ele. O sol nasce e eu sei que é hora. É hora da minha luta. Levantando-se, ele abana o rabo pronto para outro jogo de pega-pega.
Eu rio, acariciando do pescoço às costas dele, "Meu Rei, deixe-me mostrar o resultado da força que você me deu. Assista minha luta e lembre-se que minha vitória é sua."
Correndo de volta para o campo, lambo a bochecha do lobo de Deimos mostrando meu afeto por ele na frente de todos. Caminho para frente, ouvindo o som de ossos se quebrando sabendo que o homem que me odeia está de volta. Endireitando minha postura, queixo erguido, procuro aquela fêmea que teve meu macho. Encontrando-a, ela já está me olhando. O nojo por mim evidente em seus olhos. Ódio a consumindo. Estalando os dedos, lambendo os dentes, eu sorrio. Hoje será o dia da morte dela. Minha loba terá prazer em derramar seu sangue. Deimos caminha até o centro do campo. "Hoje, cada um de vocês lutará contra um oponente. Vocês podem escolher quem desejam enfrentar, coloquem todo o seu treinamento e trabalho duro nisso. Façam-me orgulhoso." Os lobos se inflamam querendo mostrar sua força ao Alfa.
"Quem deseja ir primeiro?" Deimos pergunta, olhando de um lobo para outro.
"Eu." Minha voz ecoa pelo campo. Sem hesitação. "Aquela fêmea será minha oponente." Eu aponto para ela. Eu quero o sangue dela.
Deimos fica nervoso. Bom, eu quero isso. "Você aceita, Nadia?" Deimos olha para ela.
Então, Nadia é o nome dela. Ele gritou o nome dela quando ela recebeu seus impulsos? Ele chamou o nome dela como um amante chamaria? Isso apenas alimenta minha raiva. Esta será a última vez que ele falará o nome dela, eu vou garantir isso. A fêmea olha de volta para ele e para mim, determinação em seus olhos. Ela deseja tomar meu lugar. Eu rio baixinho. Nem em seus sonhos ela será capaz de conseguir isso.
"Sim, Alfa. Eu aceito." A voz dela não vacila, ela é forte. Pena que ela não verá o nascer do sol de amanhã.
"Então que comece." Deimos ordena enquanto se senta em sua cadeira. Todos os lobos ao nosso redor curiosos com o resultado. Curiosos para ver a força que eu possuo. Eu olho para meu macho, sorrindo. Seus olhos se arregalam. Meu sorriso não é para ele, mas para o lobo dele. Eu vou cumprir minha promessa a ele. Minha vitória.
A fêmea e eu circulamos uma à outra nos encarando. Pés descalços, a neve abaixo de mim me deixando dormente. Ela ataca primeiro, tentando me derrubar chutando minhas pernas. Eu a pego pelo joelho empurrando-a para trás, seus passos vacilam. Ela ataca novamente balançando os punhos para tentar acertar meu rosto. Esta fêmea tenta lutar sem pensar. Eu desvio, agarrando seu antebraço torcendo-o para trás, colocando pressão até quebrá-lo. Ela grita, batendo a cabeça para trás quebrando meu nariz. Lutando para se libertar, ela me circula novamente. Isso é uma perda de tempo e meu estômago pede comida, eu preciso acabar com isso agora. Ela começa a correr em minha direção a toda velocidade, agarrando-a pelo pescoço levantando-a no ar, eu bato seu corpo no chão quebrando sua coluna. Ela luta para respirar.
Eu rio. "Você não é uma filhote? Seus movimentos são de uma juvenil." Eu a questiono. Suas bochechas ficam vermelhas de raiva. "Eu não era uma filhote quando seu parceiro me penetrou profundamente, gritando meu nome, enchendo meu calor com seu se..." Eu olho diretamente nos olhos de Deimos, esmagando o pescoço dela antes que pudesse terminar a frase. Sua boca se abre, a vida se esvaindo de seus olhos. "Eu rezo para que a lua não te acolha em seus portões, assim como você tirou o que era meu." Eu sussurro para ela. Deimos apenas observa em silêncio, sem dizer uma palavra.
Virando-me para todas as fêmeas presentes no campo, eu grito para elas. "Alguém mais que deseja tomar meu lugar de direito, lute comigo aqui e agora, mas não garanto que você viverá!" Apenas o silêncio me responde, com ocasionais gemidos. Elas me temem. Bom, eu consegui o que queria.
O sangue ainda escorre do meu nariz quebrado, enxugando-o com minha manga. Minha loba está feliz ao ver o sangue da fêmea cobrindo os lençóis brancos de neve no chão. Esta é nossa vitória. Nós vencemos.
Meus pés me levam até Deimos, suas mãos apertam os braços da cadeira. Eu me inclino em direção ao seu ouvido, ele estremece com minha proximidade. Eu sussurro, "Você pode não me querer, mas saiba disso, eu não compartilho."
Eu saio do campo, de volta ao castelo, desesperada por um banho e comida. Sentindo a água quente no meu corpo, aquecendo-o. O vapor cobre a visão, fechando meus olhos, continuo pensando no que a fêmea me disse antes de morrer. Quantas vezes ele a tomou? Ela estava destinada a ser Luna se ele não me encontrasse? Ele queria que ela gerasse seus filhotes? Meus pensamentos são interrompidos quando o sinto atrás de mim. Eu não corro, não grito nem me encolho dele. Eu não sou uma loba tímida, pertencemos um ao outro, então ficar nua na frente dele não é um grande problema. Ele pode olhar para minha carne o quanto quiser. Eu mantenho meus olhos fechados, não querendo vê-lo. Sinto ele me alcançar lentamente, pegando o sabão e me lavando. Ele me vira para encará-lo. Eu ainda não abro os olhos, mantendo minha cabeça baixa.
"Olhe para mim." Ele sussurra para mim.
Eu abro meus olhos, olhando diretamente nos dele. Será que ele vê minha dor? Será que ele vê o que faz comigo? Ele continua me lavando, mantendo os olhos nos meus. Eu olho para baixo, para o corpo dele, seu membro duro e tenso, querendo se liberar. Pelo menos fisicamente ele me deseja. Eu volto a olhar para o rosto dele. Seu maxilar está travado, dentes rangendo, olhos escurecendo. Ele está tentando ao máximo não me tomar aqui e agora.
"Você precisava matá-la, parceira?" Ele me pergunta enquanto lava meu cabelo.
"Sim, ela tinha o que era meu sabendo que não lhe pertencia." Eu respondo.
"Eu nunca te dei permissão para matá-la, você só deveria lutar."
"E você, Deimos? O que faria se eu dormisse com um macho e você sentisse o cheiro dele em mim?"
"Eu o despedaçaria e o veria sangrar até a morte." Ele responde calmamente.
"Então, minha ação é justificada." Digo a ele olhando em seus olhos. Ele me dá um único aceno e me vira de costas para ele. Agora estamos cientes dos corpos um do outro. Sinto seu olhar em meu corpo enquanto ele lava minha pele. Eu quero mais. Caminho para trás, me aproximando dele, certificando-me de que nossos corpos estão se tocando e lentamente arqueio minhas costas, levantando meu traseiro no ar. O vapor aumenta o calor entre nós. Suas mãos param de lavar e ele deixa o sabão cair. Seus dedos agarram meus quadris, trazendo meu traseiro para seu pau, aninhando-o entre minhas nádegas. Gemeu junto comigo, ambos queríamos... não... precisávamos disso. Ele se inclina para frente, mordendo minha orelha.
"Você está me provocando, parceiro?" Sua voz rouca, ele me questiona. Gemo alto enquanto sua respiração, voz e o sentir de seu comprimento me deixam molhada. Minha respiração sai em arfadas, tentando respirar através do calor. Ele empurra seu pau contra meus quadris, esfregando, flexionando seus quadris. Geme, sussurrando em meu ouvido. "Você me deixa louco, parceiro, seu cheiro, seu toque são irresistíveis. Você torna muito difícil lutar contra você."
Eu me viro para olhar para ele. Nossos rostos próximos, só um pouco mais e nossos lábios se tocarão. Posso saborear sua boca. Me pergunto qual é o gosto dele. Sei que ele tem os mesmos pensamentos, pois olha para meus lábios e de volta para meus olhos. Lentamente nos inclinamos, nossas bocas ansiosas por um gosto. "Por que você deve lutar contra mim, Deimos? Por que lutar contra o que poderíamos ter?" Eu o questiono, ansiosa por uma resposta. Ele se afasta, para longe de mim.
"Termine e saia." Sua voz fria ergue paredes novamente.
Um passo à frente, cem passos para trás. Ele sai sem responder minha pergunta, pois sabe que sua resposta me matará. Um soluço sai da minha boca, lágrimas escorrendo pelo meu rosto. É assim que minha vida vai ser? É assim que devo viver? E meus sonhos? Envolvendo uma toalha ao redor do meu corpo, entrando no quarto, vejo Deimos sentado na cama com os braços sobre os joelhos. Sinto seu olhar em mim enquanto entro no closet para me vestir, mas não lhe dou nem um único olhar. Ele sabe que chorei, ele sabe da minha dor, mas não me oferece desculpas. Nenhum conforto. Olho para ele quando finalmente termino.
"Por que você ainda está aqui?" Eu o questiono, fazendo suas narinas se dilatarem. Ele caminha até mim em um passo, segurando meu queixo com força em suas mãos.
"Não me questione! Posso fazer o que quiser, parceiro!" Ele rosna para mim. Ele respira fundo para se acalmar. "Venha." Ele diz, essa única palavra tendo um grande efeito em mim, fazendo-me segui-lo como um cachorrinho perdido. Descendo as escadas, até a cozinha.
"Sente-se." Ele diz. Eu me sento no banquinho perto do balcão. Ele vai até o fogão preparar comida. Ele cozinha? Isso só aumenta meu desejo por ele. Nenhuma palavra é trocada entre nós, apenas eu observando os músculos de suas costas se moverem a cada ação. Depois de um tempo, ele coloca um prato com comida fumegante na minha frente.
"Coma." Ele diz. Meus olhos se voltam questionadores, olho atrás dele procurando por seu prato.
"Você não vai comer?" Pergunto, minha voz vacilando.
"Não se engane, parceiro, tudo o que fiz hoje com você foi por causa do meu lobo. Eu te lavei e te alimentei para agradá-lo. Ele está feliz que você honrou sua promessa." Sua voz fria e dura. Com um último olhar, ele se afasta, me deixando sozinha nesta cozinha fria. Olho ao redor, apenas o silêncio para confortar a dor do meu coração.
Tentar engolir comida quando seu coração está se despedaçando é difícil.