




Capítulo 8 Má sorte
Na manhã seguinte, os equipamentos doados por Dermot chegaram ao hospital. O hospital deu muita importância a essa nova adição, e o diretor desceu para receber os equipamentos pessoalmente.
No entanto, Evelyn não apareceu. Ela estava ocupada revisando os resultados dos testes recentes de Cassie e discutindo possíveis complicações com médicos de outros departamentos.
Duas horas depois, uma vez que os equipamentos foram instalados, Evelyn liderou sua equipe em direção à sala de cirurgia.
Na entrada da sala de cirurgia, Dermot estava esperando. Conforme ela se aproximava, ele se levantou e se aproximou dela, perguntando: "Você está confiante?"
Com a máscara no rosto, Evelyn olhou para ele. "Se eu dissesse que não, Sr. Doyle, você levaria a paciente embora?"
Dermot hesitou, um pouco sem palavras.
Neste ponto, não importava o quão confiante ela estivesse, Cassie teria que passar pela cirurgia. Era um momento crítico sem volta.
"Não se preocupe, Sr. Doyle. Farei o meu melhor." Ela estava determinada a não deixar Cassie morrer, especialmente não em sua mesa de cirurgia.
Ao entrarem na sala de cirurgia e a luz se acender, uma atmosfera tensa envolveu o espaço.
O tempo passava.
Depois de seis longas horas, a luz da sala de cirurgia ainda estava acesa.
"Sr. Doyle, por que você não vai descansar um pouco? Eu fico aqui," Todd sugeriu, preocupado com Dermot, que não havia comido nem bebido nada o dia todo.
Dermot recusou, com a voz pesada, "Os cirurgiões lá dentro também não descansaram."
Ele não havia previsto que a cirurgia duraria tanto tempo e estava preocupado. Ele estava impressionado que aquela mulher pequena pudesse realizar uma operação tão longa.
"Peça alguma comida. Certifique-se de que todos possam comer assim que a cirurgia terminar," ele disse de repente para Todd.
Todd ficou surpreso com o pedido. Desde quando Dermot estava tão gentil a ponto de pedir comida para os outros?
Mas ao ver a sala de cirurgia e pensar na pessoa lá dentro, ele entendeu.
Dermot devia estar fazendo isso por Cassie. Afinal, Dermot havia prometido ao irmão mais velho dela cuidar bem dela. Ele estava mostrando sua gratidão aos médicos que estavam operando nela.
Meia hora depois, a luz da sala de cirurgia se apagou, e a porta se abriu. Uma enfermeira saiu primeiro. "A família de Cassie Ackers está aqui?"
Dermot imediatamente se levantou. "Como foi a cirurgia?"
"A Dra. Kyte disse que foi um sucesso. A paciente está sendo transferida para a UTI. Por favor, venha comigo para completar os procedimentos," respondeu a enfermeira, visivelmente exausta após a longa cirurgia.
Dermot olhou para Todd, que assentiu e seguiu a enfermeira para lidar com os procedimentos.
Logo depois, Evelyn e sua equipe saíram, todos parecendo pálidos e exaustos.
"Muito obrigado," disse Dermot, aproximando-se de Evelyn com um olhar complexo nos olhos.
Embora ela fosse às vezes rude, ele decidiu deixar para lá, já que ela havia salvado Cassie.
Evelyn, já exausta, olhou para cima para Dermot e não pôde deixar de se sentir irritada. Ela simplesmente disse: "Sim."
Ela não sabia o que dizer. Ela não tinha escolha a não ser salvar a amante dele. Que má sorte!
"Todos devem estar com fome. Eu pedi comida para todos vocês. Por favor, vão para o escritório para comer," Dermot disse a eles.
"Sr. Doyle, você é tão gentil. Este é o nosso dever," disse um médico, claramente lisonjeado.
"É um prazer poder ajudá-lo, Sr. Doyle," outro acrescentou.
Poder ajudar Dermot era um privilégio para eles, dada a sua posição.
Mas Evelyn não pensava assim.
Ouvindo os comentários lisonjeiros, ela se sentiu incrédula e pensou, 'Prazer? Eu não preciso desse prazer.'
Todd os levou para o escritório para comer enquanto Cassie era transferida para a UTI. Evelyn massageou as têmporas e se preparou para ir para casa descansar, muito necessitada.
Já fazia muito tempo desde que ela realizara uma cirurgia tão complexa pela última vez. Ela estava completamente exausta.
"Você não vai comer?" Dermot segurou sua mão subconscientemente quando viu que ela estava prestes a sair.
Sua mão era macia e fresca, talvez porque ela acabara de lavá-la. De repente, Dermot pareceu eletrificado pelo toque de sua mão.
Evelyn imediatamente deu um passo para trás, cautelosa, enquanto olhava para Dermot. "Sr. Doyle, por favor, comporte-se."
Ela até limpou a mão, seu nojo claramente visível em seu rosto.
Dermot quase engasgou. O que ele havia feito para merecer tanta desconfiança?
Com a frustração aumentando, ele cerrou os dentes e chamou seu nome com um toque de raiva, sua voz contida e assustadora, "Dra. Kyte!"
Seus olhos se encontraram. Seu olhar era claro e firme, cheio de desafio.
"Não pense que pode fazer o que quiser só porque salvou Cassie. Minha paciência tem limites."
Evelyn quase riu. Ela pensou, 'Essa deveria ser a minha fala!'
Ela tentou suprimir sua raiva e manter seu sorriso. "É mesmo? Então espero que esta seja a última vez que nos encontramos."
"Você!"
Antes que ele pudesse terminar, Evelyn virou-se e saiu sem olhar para trás.
Dermot ficou ali, observando-a desaparecer. Sua raiva se acumulava em seu peito e não se dissipava.
"Sr. Doyle, tudo foi providenciado para a Sra. Ackers," Todd disse cautelosamente de trás de Dermot.
Ele já estava ali antes, mas não ousou se aproximar, sentindo a tensão entre seu chefe e a Dra. Kyte.
"Você acha que ela não gosta de mim?" Dermot perguntou, ainda olhando na direção em que Evelyn tinha ido.