Capítulo 2
Ele se virou para olhar para seus amigos. "Obrigado, pessoal", ele disse bruscamente. "Tenho certeza de que a Flora os obrigou."
"Eu posso ter subornado eles com bolo."
E era verdade. Festas surpresa bregas não eram realmente o estilo desses homens enormes que estavam sendo treinados para continuar as heranças mafiosas de seus pais. Mas era o meu estilo. E eu sabia que o Felix secretamente adorava isso.
Seu amigo Nick foi o primeiro a falar. "Não é como se pudéssemos ignorar os desejos da futura Dama Chefe."
Eu corei profundamente. Todos pensavam que iríamos nos casar e então eu seria a 'dama chefe', e o Felix o líder. Ele seria isso, mas não eu.
"Com certeza", disse Felix, mas eu sabia que ele estava só zoando. Revirei os olhos. "Devemos cortar o bolo agora?" perguntei, e todos concordaram, então entrei e trouxe o bolo. Estava bonito, mas bagunçado o suficiente para perceber que era caseiro.
Coloquei-o na mesa no jardim, acendi as velas e todos se reuniram ao redor. Felix cortou o bolo e nós aplaudimos. Uma tristeza estava me invadindo.
Seus amigos se sentaram com bebidas e música e comeram a comida que eu havia feito. Eu não bebia, então peguei um refrigerante, cortei um pedaço de bolo e me sentei ao lado do Felix. Ele tinha uma cerveja na mão. Ainda bebendo, ele colocou o outro braço ao meu redor. Me aconcheguei nele.
Eu dei a ele a primeira mordida. "Foi você quem fez isso?"
Eu assenti, olhando para cima esperançosamente. "Está bom?"
"É incrível, querida. É o meu favorito."
"Eu sei."
Felix sorriu e me deu um beijo no topo da cabeça. "Vou sentir saudades de você, flor."
Vou sentir tanto a sua falta. Tanto, tanto. Mas eu não podia dizer. Se eu dissesse, sabia que iria chorar.
"O Max é um idiota, cara", Vincent, um dos amigos do Felix, falou bem alto. Eu estava distraída da conversa que estavam tendo, mas essa frase gritada chamou minha atenção.
Brittany, que era a irmã gêmea do Nick e também parte da gangue deles, revirou os olhos. "Ele não é um idiota por não chupar seu pau, Vinnie."
"Ei!" Felix repreendeu. "Não xingue na frente da Flora."
Eu o fitei. "Não sou uma criança."
Ele deu de ombros, e Brittany concordou comigo, mas não importava porque a palavra do Felix era final.
Eu me levantei, fora do abraço do Felix, e comecei a andar para o outro lado do jardim. Eu odiava quando ele fazia isso. Me tratava como uma criança. Sempre superprotetor. Nunca me deixando fazer nada.
"Flora!" Felix chamou de trás de mim, e eu sabia que ele estava se levantando para vir atrás de mim.
Caminhei até o alpendre para que todos ficassem fora de vista. Senti a mão do Felix agarrar meu braço e me puxar para ele. "Vamos, flor. Não fique assim."
Eu o olhei com a expressão mais azeda que consegui. "Por que você não volta para seus amigos adultos para fazer coisas de adultos?"
Ele revirou os olhos. "Só estou tentando te proteger."
"De pessoas xingando?"
"Começa com xingamentos", ele concordou.
"Você xinga", apontei.
"Isso é diferente."
Fiquei em silêncio. "Flora", ele disse suavemente, "estou partindo amanhã. Não brigue comigo." Ele me puxou para perto, me envolvendo em um abraço. Senti como se pudesse me fundir a ele. Se pudesse, eu faria.
"Você não vai estar aqui para me proteger mais", murmurei. Percebi que minha voz estava falhando.
"Ei", ele segurou meu queixo e fez com que eu olhasse para cima. "Vou visitar muito. E pedi pro Nick cuidar de você."
Dei alguns passos para trás e sentei nos degraus do alpendre. Felix sentou ao meu lado. Ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos.
"Estou com medo", sussurrei.
"De quê, querida?"
"Que você conheça outras garotas e se esqueça de mim."
Ele riu disso. Uma risada completa, jogando a cabeça para trás. Eu franzi a testa para ele. Por que isso era tão engraçado?
"Flora", ele disse finalmente. "Nenhuma outra garota se compara a você."
Revirei os olhos. "Dois anos é muito tempo. E Princeton terá tantas garotas inteligentes e bonitas."
Desviei o olhar dele, meus olhos começando a lacrimejar. Eu podia ver. Ele traria uma garota para casa. Ela seria alta, loira, teria cabelos longos e um diploma chique. Seus pais a amariam. Eles se casariam. E eu estaria assistindo do lado de fora.
Felix estendeu a mão e acariciou meu cabelo. "Olhe para mim", ele exigiu. Virei a cabeça para olhá-lo. As lágrimas não derramadas em meus olhos o faziam parecer embaçado. Pisquei, e uma lágrima escorreu. Felix segurou meu rosto com uma mão, limpando a lágrima com o polegar.
"Venha cá", ele sussurrou, e baixou a cabeça, roçando os lábios nos meus. Minha respiração ficou presa na garganta. Finalmente, finalmente estava acontecendo. Fechei os olhos, e os lábios de Felix se fecharam sobre meu lábio inferior. Ele segurou a parte de trás do meu pescoço, aprofundando o beijo. Era suave e lento, como se estivesse saboreando. E eu também. Imprimindo em minha mente. Eu lembraria disso para sempre. Meu primeiro beijo. Com Felix. Como sempre imaginei. Como sempre soube.
Ele recuou um pouco, mas nossos rostos ainda estavam próximos. "Não quero ir embora, Flora", ele disse sinceramente. "Mas tenho que. E vou precisar que você espere por mim, tudo bem? Você consegue fazer isso?"
Eu assenti. Qualquer coisa. Eu faria qualquer coisa que você dissesse.
"Dois anos. Termine a escola, então estaremos juntos. Sempre", ele disse. "Você é minha, Flora."
Engoli em seco. "Você vai esperar por mim também?"
"Eu esperaria por você a vida toda."