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Capítulo 4 - Data do café da manhã

Aviso: este capítulo contém conteúdo que pode ser difícil para alguns leitores.

Zoe entrou em seu apartamento com um sorriso estampado no rosto. O cansaço que sentira antes havia desaparecido. Seu corpo estava vivo depois de tocar Ryder. Ela não sabia o que havia nele, mas ele a excitava. Ele não era como ninguém que ela já tivesse conhecido.

Ela havia saído em encontros com homens, mas geralmente apenas um. Nenhum deles a impressionara o suficiente para beijá-los. A única vez que teve relações sexuais foi quando estava se formando na faculdade de medicina. Ela estremeceu com o pensamento.

Ela estava namorando um cara um ano mais velho. Zoe não o amava, mas achava que ele era um bom amigo. Isso foi até eles terem bebido um pouco demais comemorando, e ele ficou abusivo. Quando ela tentou afastá-lo, seus braços pareciam não se mover. Ele arrancou sua calcinha e a penetrou antes que ela pudesse dizer algo. Por mais que tentasse gritar, nada saía. O corpo de Zoe parecia feito de concreto quando tentava se defender. Quando ele terminou, saiu e agiu como se nada tivesse acontecido.

Foi só no dia seguinte, quando acordou com a memória confusa, que percebeu que ele a havia drogado. Ela se lembrava da maior parte do estupro, mas não do que aconteceu depois, então imaginou que ele não tinha dado tempo para a droga fazer efeito completo antes de atacá-la. Zoe não o denunciou porque não achava que alguém acreditaria nela. Todos já a olhavam como se fosse uma aberração. Em retrospectiva, ela desejava ter chamado a polícia. Doía pensar que ele poderia ter estuprado outras mulheres porque ela não o denunciou.

Todos os homens com quem saiu nos anos seguintes ela não deixou se aproximar o suficiente para tocá-la de forma romântica. Zoe nunca disse a eles onde morava ou trabalhava, então não precisava se preocupar com eles aparecendo sem avisar. Ela era cautelosa, mas sabia que nunca encontraria o amor de sua vida se permanecesse escondida.

Zoe queria encontrar alguém com quem se sentisse confortável e pudesse confiar para não mudar quando ela os deixasse entrar. Ryder parecia ser o tipo de homem que ela procurava. Ela se recusava a permitir que o que aconteceu com ela na faculdade definisse o resto de sua vida. Zoe queria ser amada e sabia que alguém por aí seria capaz de ajudar a curar as cicatrizes do passado.

Enquanto estava no chuveiro, sua mente continuava voltando para Ryder. Ela via suas mãos grandes e a forma como seguravam as dela. Ela pensava em como ele prendia a respiração quando ela o abraçava e como seu coração batia alto quando sua cabeça repousava em seu peito. Zoe queria ver seu sorriso novamente quando ele olhasse nos olhos dela. Quando finalmente se deitou, caiu em um sono agitado, pensando nos olhos cinza escuro que pareciam nuvens de tempestade.

Zoe acordou apenas algumas horas depois. Ela virou de um lado para o outro, querendo ligar para Ryder, mas não queria parecer muito ansiosa. Olhou para o telefone e viu que eram apenas seis horas. Zoe brincou com o telefone por um minuto e decidiu mandar uma mensagem para ele. Ela pensou que se ele já estivesse acordado, então estaria tudo bem.

Sou a Zoe. Você está acordado?

Depois de enviar, prendeu a respiração. E se ele achasse que ela estava sendo muito carente? A última coisa que Zoe queria era parecer desesperada. Enquanto se lamentava por ter enviado a mensagem, seu telefone vibrou, fazendo-a deixá-lo cair na cama ao lado dela. Ela olhou para a resposta dele, e todas as suas dúvidas desapareceram.

Estou acordado. Mal consegui dormir. Tudo em que conseguia pensar era em te ver de novo.

Zoe sorriu para o celular. Seria muito direto da parte dela pedir para ele encontrá-la para o café da manhã? Ela mordeu o lábio e deu de ombros. Ela não saberia até tentar. Afinal, ele disse que a encontraria em qualquer lugar.

Quer se encontrar para o café da manhã?

Claro. Onde?

Você conhece o Diner da Diane? Não fica longe do meu apartamento.

Estarei aí em 20 minutos.

Vinte minutos? Ela pulou da cama e escovou os dentes com uma mão enquanto se depilava com a outra. Rapidamente lavou o rosto e passou seu hidratante favorito antes de ir para o armário encontrar algo para vestir.

Estava quente lá fora, então ela escolheu uma saia verde clara que parava acima dos joelhos e uma blusa branca de mangas curtas. Depois de calçar suas sandálias e pentear seus longos cabelos, ela estava pronta para sair. Zoe deixou o carro estacionado na garagem e caminhou pela rua em direção ao diner. Ela tinha borboletas no estômago que ficaram mais fortes quanto mais perto chegava.

Virando a esquina no final do quarteirão, viu Ryder esperando por ela do lado de fora. Ele estava de calça jeans preta e uma camiseta preta. Os passos de Zoe vacilaram enquanto ela o encarava. Ele era lindo. Ela viu as mulheres passando, tentando chamar sua atenção, mas ele nem as olhava. Ryder virou-se e todo o seu rosto se iluminou quando a avistou. Ela começou a acelerar o passo. Ele caminhou em sua direção ansiosamente, mas ela podia ver que ele estava nervoso. Quando estavam frente a frente, ela não hesitou em pegar suas mãos nas dela. Zoe sabia que teria que ser a agressora se quisesse um relacionamento com ele.

"Oi," ela disse ofegante, notando que seus olhos estavam ainda mais bonitos agora que podia vê-los corretamente.

"Oi. Fico feliz que tenha mandado mensagem. Estava preocupado que mudasse de ideia." O coração de Ryder batia tão rápido que ele tinha certeza de que ela podia ouvi-lo. Ela era linda da primeira vez que a viu, mas agora podia realmente olhar para ela, e ela estava deslumbrante. Seu cabelo mostrava mais vermelho sob a luz do sol. Ryder queria desesperadamente passar a mão por seus longos cabelos. Ele viu homens olhando para ela com desejo, e Axel ameaçava arrancar seus olhos por olharem para sua companheira. Ryder teve que lembrá-lo de ficar calmo para não assustar Zoe.

"Eu não mudaria de ideia. Desde que te deixei à beira da estrada, tudo em que pensei foi em te ver de novo. Não sei quanto a você, mas isso nunca aconteceu comigo. Não tenho muita experiência com homens, mas os que saíram comigo nunca me fizeram sentir como você faz." Eles continuaram de mãos dadas enquanto caminhavam em direção ao diner. Ryder não queria dizer a ela que estava sentado perto da praia por mais de uma hora esperando a ligação dela. Ele imaginou que ela morava perto do acidente, e ele queria estar pronto. Ele apertou levemente a mão dela.

"Você provavelmente tem mais experiência com homens do que eu tenho com mulheres. Não sou muito extrovertido." Ryder olhou para ela, e ela olhou para cima com um pequeno sorriso. Seu olhar caiu para os lábios dela, e ele pensou como seria beijá-la.

"Eu notei. Essa é uma das razões pelas quais gosto de você." Zoe respondeu honestamente. Ele segurou a porta do diner aberta para ela, certificando-se de não ter que soltar sua mão. Ambos sorriram uma vez sentados em uma cabine um em frente ao outro. Ryder se sentiu mais em paz em sua presença do que com qualquer pessoa que já conheceu. Ele só esperava que ela sentisse o mesmo quando descobrisse o que ele era.

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