




8. BARGANHA
~ Damon ~
"Vou te dar um milhão de dólares pela virgindade da sua irmã,"
A boca de Dylan se abriu instantaneamente. Ele não podia acreditar no que estava ouvindo.
"Você está brincando, certo?" Dylan tentou rir, pensando que Damon não estava falando sério, mas a expressão de Damon era séria.
"Sou um homem de muitas coisas, mas piadas não estão entre elas," disse Damon simplesmente.
"Então, você está dizendo que quer nos dar um milhão de dólares...?"
"Sim, e por uma noite com ela,"
"I-isso é..." Dylan se viu balbuciando, procurando as palavras certas para dizer. "Loucura. Isso é ultrajante,"
"E isso depende dela, suponho," disse Damon enquanto voltava para sua cadeira. "Acho que estou apenas te avisando antecipadamente para que talvez você possa passar a mensagem para ela?"
Dylan olhou para Damon incrédulo. Então era por isso que ele estava sendo convocado tão repentinamente, porque Damon queria comprar a virgindade de Violet. Dylan não podia acreditar na audácia e confiança do homem, e não podia acreditar no que ele estava oferecendo a eles. Um milhão de dólares não era uma oferta brincadeira.
O primeiro instinto de Dylan foi agarrar Damon pela gola e gritar que sua irmã não estava à venda, mas ele sabia que seria morto antes mesmo de fazer isso, então se acalmou. Dylan pensou por um momento e se lembrou do que Violet havia dito a ele antes.
"Bem, eu não sei," ela deu de ombros. "Eu estava apenas pensando, talvez... eu poderia..."
"Ah, de jeito nenhum!" Dylan quase gritou. "Não ouse nem pensar nisso, Vi!" ele sussurrou entre os dentes.
"Por que não? Vinte mil dólares poderiam ajudar muito agora," ela argumentou.
Dylan desviou o olhar e suspirou. Ele estava considerando a oferta e Damon parecia satisfeito.
"...E se ela disser não?" Dylan perguntou depois de um tempo de silêncio.
"Então é escolha dela, sem ressentimentos," respondeu Damon, pausando por um momento antes de adicionar, "Mas tenho a sensação de que ela é mais esperta que isso,"
Damon sorriu, mas Dylan não achou graça. Ele estava se remexendo na cadeira, ansioso para sair dali.
"Tudo bem, vou contar a ela sobre sua oferta e entraremos em contato. É só isso?" ele perguntou.
"Isso é tudo," respondeu Damon.
Dylan se levantou. Mal podia esperar para voltar ao hospital e falar com Violet sobre a loucura de toda essa situação.
"Ah, e Carvey," disse Damon de repente, fazendo Dylan parar. "A oferta expira à meia-noite,"
~ Violet ~
"Um milhão de dólares?" Violet arregalou os olhos quando ouviu o que Dylan tinha a dizer.
O grande SUV preto o levou de volta ao hospital depois que ele se encontrou com Damon. Sua mãe havia saído da cirurgia e estava descansando. Violet e Dylan saíram do quarto por um momento e Dylan contou a Violet tudo o que havia acontecido na última hora.
"Ele está nos oferecendo um milhão de dólares pela... minha virgindade?" Violet perguntou novamente, sussurrando a última parte.
"Foi o que ele disse," suspirou Dylan.
"Ele não está brincando com isso, está?"
"Ele parece do tipo que faz piadas para você?" Dylan perguntou de volta. "O carro ainda está lá fora esperando. Ele disse que a oferta expira à meia-noite,"
Violet ficou em silêncio enquanto absorvia tudo isso. Não era todo dia que alguém oferecia um milhão de dólares. Mesmo que a oferta viesse com um pedido detestável.
"Vi, você não está considerando seriamente isso, está?" Dylan estreitou os olhos para sua irmã.
"E você não está?" Violet perguntou de volta. "É um milhão de dólares, Dyl,"
"Eu sei, mas é o seu..."
"É apenas uma coisa," Violet o interrompeu. "Todo mundo vai perdê-la eventualmente,"
"Mas não assim," Dylan balançou a cabeça.
"Por que não?" Violet argumentou. "Isso não é melhor do que eu perder em um carro limusine em algum baile de formatura?"
"Ei," Dylan gemeu em protesto. Violet estava realmente falando sobre ele.
"Vamos conseguir um milhão de dólares, Dyl. Isso poderia pagar a terapia da mãe e se livrar das dívidas do pai. E quem sabe? Talvez nós dois possamos voltar para a escola?"
Violet estava fazendo um ótimo ponto. Dylan estaria mentindo se dissesse que não pensou nessas coisas também, mas ele não conseguia permitir que sua irmãzinha fizesse uma coisa tão desprezível com seu corpo. Dylan já havia fornecido garotas para caras e homens mais velhos antes, ele sabia o que eles poderiam fazer com elas. Violet era muito pura e inocente. Ela não teria chance, especialmente com um rei da máfia como Damon Van Zandt.
"Mas, eu sou seu irmão mais velho, Vi. Eu deveria te proteger. Não posso deixar você fazer isso," Dylan disse finalmente.
"Você não está me fazendo fazer nada que eu não queira, Dyl," Violet suspirou. "Olha, do jeito que vejo, estamos sendo oferecidos uma saída aqui. Eu digo que aceitamos,"
Dylan ainda parecia incerto, mas Violet tinha aquele fogo nos olhos. Ela estava determinada. Ela já havia feito sua escolha.
"De qualquer forma, é apenas uma noite, certo?" ela deu de ombros.
"Vi, acho que você deveria pensar um pouco sobre isso," Dylan suspirou.
"Você ouviu o que ele disse. A oferta expira à meia-noite," Violet respondeu.
"Vi..."
"Não se preocupe, Dylan. Eu estarei segura e ficarei bem," Violet disse tranquilamente. "É apenas uma noite. Nos vemos amanhã de manhã,"
Violet olhou para o relógio e já eram 23h. Ela tinha apenas mais uma hora antes que essa oportunidade única na vida passasse por ela. Não havia tempo para parar e pensar. Violet já sabia o que tinha que fazer.
Dylan sabia que não podia fazer nada para impedir Violet. Ele baixou a cabeça e soltou outro suspiro frustrado. Violet colocou a mão em seu ombro e o apertou gentilmente.
"Cuide da mãe, está bem?"
E com isso, Violet deixou Dylan sozinho no corredor do hospital. Ele assistiu sua irmãzinha sair pelas portas de vidro e entrar no SUV preto estacionado do lado de fora. Uma parte dele queria correr atrás dela para impedi-la, mas ele não pôde. Dylan estava congelado, parado e se perguntando se havia feito a escolha certa ao deixá-la ir.
Após cerca de trinta minutos de viagem, o SUV preto parou nesta enorme propriedade com enormes portões ao redor. Violet nunca tinha estado nesta área de Nova Jersey antes. Era onde todas as pessoas ricas e famosas viviam, e Violet nunca teve motivo para vir aqui, até hoje.
A propriedade Van Zandt era uma mansão mega expansiva que parecia um castelo inteiro, e provavelmente era tão grande quanto o prédio de sua escola secundária. O carro parou em frente a degraus que levavam à porta da frente e o motorista nem sequer disse uma palavra para ela. Provavelmente ele assumiu que ela saberia o que fazer.
"Obrigada," Violet disse educadamente antes de sair do carro.
O motorista não respondeu. Violet saiu e se aproximou das altas portas. Ela engoliu em seco antes de dar algumas batidas na porta. Violet tinha assistido muitos filmes de máfia como O Poderoso Chefão, Os Bons Companheiros e até O Irlandês. Ela estava esperando que as portas se abrissem para um monte de caras com armas sentados na sala, mas não. Segundos depois, a porta se abriu e uma senhora de meia-idade a cumprimentou. Não havia homens de terno e armas, apenas a senhora com um grande sorriso no rosto.
"Boa noite, você deve ser a Violet," ela disse. "Entre,"
Violet deu uma olhada ao redor da mansão. Tudo estava coberto de mármore ou vidro e latão. Os sofás eram de couro e havia um enorme lustre e lareira no meio da sala principal.
"Por aqui, o Sr. Van Zandt está esperando por você," a mulher disse novamente, levando Violet em direção à grande escadaria.
"Um, desculpe, quem é você?" Violet perguntou.
"Eu sou Elena, a governanta-chefe. Por favor, me siga, o Sr. Van Zandt não gosta de esperar,"
Violet ergueu o rosto e seguiu Elena pelas escadas. Ela se perguntava como Elena sabia quem ela era e como Damon estava esperando por ela. Como ele sabia que ela viria?
Elena parou de andar quando chegaram a uma porta dupla de madeira escura no final do corredor. Ela bateu duas vezes na porta e esperou por uma resposta.
"Sim?" Uma voz respondeu de dentro. Violet se lembrou muito bem do som daquela voz. Era a mesma voz que assombrava seus sonhos. Era Damon.
"Senhor Van Zandt, tenho a Violet Carvey para vê-lo," disse Elena.
"Mande-a entrar," ele respondeu.
Elena se afastou e fez um gesto para Violet entrar. E foi neste momento que Violet começou a duvidar de sua decisão. Ela olhou para Elena em busca de ajuda, mas Elena apenas fez um gesto para a porta.
"Entre," ela disse.
Violet respirou fundo e alcançou a maçaneta da porta. A porta era pesada e levou toda a sua força para abri-la. Não ajudava o fato de Violet estar duvidando de si mesma. Ela agora estava pensando que talvez tivesse cometido um erro.
Não sei se estou pronta para isso... Talvez eu ainda possa desistir?
A porta se abriu revelando uma grande sala que se assemelhava a uma antiga biblioteca. No meio da sala havia uma grande mesa e uma cadeira. Alguém estava sentado naquela cadeira, mas de costas para Violet. Ela só podia ver os cabelos escuros do homem se destacando da cadeira.
Violet deu mais um passo à frente e a porta fechou com um estrondo alto atrás dela. Ela olhou para trás para ver como a porta foi fechada e parecia que a opção de recuar era impossível.
"Então, você decidiu vir," a voz de Damon puxou a atenção de Violet de volta para a frente. Ele ainda estava sentado de costas para ela, então ela não podia ver seu rosto.
"V-você não pareceu surpreso," Violet respondeu. Ela estava tentando agir de forma tranquila e calma, mas estava tremendo por dentro.
"Não, eu tinha a sensação de que você faria a escolha certa," Damon disse. E com isso, ele virou a cadeira em um movimento rápido.
Violet parou no lugar quando seus olhos encontraram os de Damon. Sua cabeça estava inclinada para o lado e seus lábios se curvaram em um sorriso. De repente, Violet se viu perdida em transe. Ele parecia exatamente como em seu sonho.
"Bem, não fique aí parada, sente-se," ele indicou a cadeira em frente à mesa. Com pernas trêmulas, Violet continuou andando e se sentou.
"D-Damon, escute, sobre o—" Violet estava prestes a iniciar a conversa e a possibilidade de desistir, mas Damon a interrompeu rapidamente.
"Você recebeu as flores?" ele perguntou.
"Sim,"
"Você gostou delas?"
"Gostei,"
"Ótimo," ele disse.
Violet queria falar novamente, mas agora perdeu o ímpeto. Enquanto isso, Damon apenas a encarava. Seus olhos castanhos escuros penetravam nos dela e era como se ele pudesse ler o que ela estava pensando. Violet se viu remexendo na cadeira.
"Antes de prosseguirmos com nossos negócios, há um pouco de papelada que você precisa assinar," Damon disse de repente. Ele tirou um pedaço de papel e o empurrou na direção de Violet.
"O que é isso?" ela perguntou.
"Um acordo por escrito para o preço da nossa venda," respondeu Damon. Ele disse isso tão calmamente e tão despreocupadamente como se não estivesse apenas comprando a virgindade de uma garota por um milhão de dólares.
Violet engoliu em seco e seus olhos começaram a percorrer as palavras naquele papel. O acordo era bastante autoexplicativo. Basicamente afirmava que ela concordaria com essa venda pelo preço mencionado e que suas assinaturas selariam o acordo. Damon já havia assinado a parte dele e a dela estava em branco.
Violet olhou para cima para ver Damon lhe entregando uma caneta. Ela entrou nesta sala com o pensamento de desistir, mas depois de ler este documento, Violet teve outra mudança de coração. Eram um milhão de dólares. Este era mais dinheiro do que ela poderia ver em toda a sua vida. Uma noite comparada a isso seria minúscula. Alguém até poderia argumentar que era uma pechincha. Então, antes que pudesse mudar de ideia novamente, Violet pegou a caneta da mão de Damon e assinou seu nome na linha pontilhada. No momento em que o relógio bateu meia-noite naquela noite, Violet Rose Carvey acabara de assinar um acordo com Damon Van Zandt, o diabo em carne e osso.
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- Continua - - - - -
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