




7. ESQUEMA
~ Violeta ~
"Dylan, posso falar contigo por um segundo?" Violeta deu um sorriso educado a Adrian antes de puxar Dylan para o lado. Ela caminhou o suficiente para garantir que Adrian não pudesse ouvi-la antes de dizer, "O que diabos está acontecendo aqui?"
"Não sei, Vi. O homem simplesmente apareceu do nada," Dylan deu de ombros.
"Você fez alguma coisa? Ou disse alguma coisa?" ela estreitou os olhos.
"Claro que não," ele disse. "Se fosse sobre aquela coisa da semana passada, não esperariam uma semana inteira para me encontrar,"
"Então, do que se trata isso?" ela perguntou. "E você sabe que não gosto de você andar por aí com essas pessoas,"
"Eu também não gosto, mas essas pessoas nos pagam bem," Dylan rebateu. "E não sei se você sabe, mas realmente poderíamos usar um dinheiro extra agora,"
Violeta suspirou. Aquilo era um bom ponto.
"O que você planeja fazer?" ela perguntou a ele.
"Vou lá e encontrá-lo," Dylan pausou por um momento antes de adicionar, "E talvez peça emprestado algum dinheiro,"
"Você não pode fazer isso," Violeta balançou a cabeça violentamente. "Lembra o que aconteceu da última vez que papai pegou dinheiro emprestado com essas pessoas?"
"Papai procurou a pessoa errada, ele estava envolvido com os italianos," Dylan suspirou. "Damon Van Zandt é diferente,"
"Como ele é diferente?"
"Bem, ele não é italiano,"
"Dylan!" Violeta fulminou o irmão. "Ele ainda está liderando a maldita máfia!"
"Shh, fale baixo, Vi. Estamos em um hospital," Dylan riu e olhou ao redor para garantir que ninguém estivesse ouvindo.
"Dylan, preciso saber que você vai sair daqui e não fazer nada estúpido," Violeta exigiu.
"Tudo bem, não farei, caramba," Dylan levantou as mãos em sinal de rendição. "Mas ainda vou lá vê-lo. Tenho que ir, ele me chamou e essas pessoas não gostam de serem recusadas,"
Violeta assentiu com a cabeça e mordeu o lábio.
"Você vai ficar bem, no entanto?" ela perguntou.
"Acho que sim. Quer dizer, se ele quisesse me matar, eu já estaria morto," ele deu de ombros novamente.
"Dylan!"
"Vou ficar bem, Vi," Dylan sorriu tranquilizadoramente. "Só vou lá vê-lo e talvez oferecer a ele alguns dos meus produtos ou serviços,"
"Seus produtos ou serviços?" ela estreitou os olhos.
"Bem, sim. Você sabe, coisas para as quais tenho conexão," Dylan cobriu a boca enquanto falava, certificando-se de que ninguém os ouvisse.
"Você quer dizer tipo...?" Violeta não conseguiu continuar as palavras, mas sabia o que ele queria dizer. O apelido de Dylan na União era o 'mágico' porque ele era conhecido como o cara que podia tirar qualquer coisa do nada. Sim, isso incluía drogas, armas e garotas.
"Mas duvido que ele queira algo de mim, no entanto," Dylan disse novamente, murmurando baixo, "Tenho certeza de que ele pode conseguir qualquer droga que queira ou qualquer garota que queira apenas por existir,"
Então, o que Damon queria com Dylan? Violeta pensou.
"Hey, Dylan, posso te perguntar algo?"
"O que?"
"Quanto estão dispostos a pagar pelas, hum, garotas que você traz para eles?" Violeta nem conseguia olhar nos olhos de Dylan enquanto falava.
"Uh, depende,"
"Depende de quê?"
"Do pedido. Às vezes eles querem coisas diferentes, sabe?" ele disse enquanto esfregava a cabeça. "Como uma virgem poderia ser vendida por, tipo, pelo menos vinte mil,"
Os olhos de Violeta se arregalaram ao ouvir o número. E ela ficou instantaneamente em silêncio, perdida em seus pensamentos. Dylan percebeu e estreitou os olhos para ela.
"Por que? Por que você está me perguntando isso?" ele perguntou.
"Bem, eu não sei," ela deu de ombros. "Estava apenas pensando, talvez... eu pudesse..."
"Oh, de jeito nenhum!" Dylan quase gritou, e as enfermeiras que passavam viraram a cabeça. Dylan pigarreou e rapidamente ajustou o volume. "Não pense nem por um segundo nisso, Vi!" ele sussurrou baixinho.
"Por que não? Vinte mil poderiam ajudar muito agora," ela argumentou.
"Não, Vi. Pare de ser tão ridícula," Dylan a fulminou com o olhar. Ele ainda estava chocado que ela sequer pensaria em algo assim. "Olha, tenho que ir, o homem está esperando. Fique aqui com a mãe. Já volto,"
"Ok," Violeta assentiu com a cabeça. Dylan soltou outro suspiro profundo antes de se virar e sair.
"Hey Dylan," Violeta o chamou antes que ele se afastasse demais. Dylan virou-se e esperou que ela continuasse.
Violeta olhou para Adrian, que sorria para ela, e então voltou os olhos para Dylan novamente, murmurando, "Se cuida,"
Dylan deu a ela um pequeno sorriso e respondeu, "Vou sim,"
E com isso, Dylan desapareceu do hospital com o homem de preto. Eles entraram em um SUV escuro estacionado do lado de fora e o carro partiu, deixando Violeta sozinha com seus pensamentos.
~ Damon ~
Era mais um longo dia de trabalho para Damon Van Zandt. Sempre havia mais a fazer e o trabalho era interminável. Damon chegou de volta à propriedade por volta da hora do jantar, mas nem parou para jantar. Elena, a governanta-chefe, havia preparado uma refeição completa de três pratos à toa. Damon passou pela sala de jantar e foi direto para seu escritório para continuar trabalhando.
- Toc Toc *
Damon não percebeu por quanto tempo estava trabalhando até ouvir uma batida na porta. Ele verificou o relógio e já era quase 21h, mas Damon não tinha intenções de parar.
"Entre," ele disse sem tirar os olhos da mesa.
Adrian empurrou a porta aberta e ficou diante dele.
"Damon, Dylan Carvey está aqui para vê-lo," ele anunciou.
Damon se viu levantando os olhos.
"Traga-o,"
Já era hora maldita, Damon pensou consigo mesmo.
Um pequeno sorriso brincava no rosto de Damon enquanto Adrian se afastava e segundos depois, Dylan Carvey entrou.
"Senhor Van Zandt," Dylan o cumprimentou cautelosamente. Ele deu uma olhada no escritório de Damon antes de entrar lentamente. Damon indicou a cadeira em frente à mesa e Dylan se sentou.
"Por favor, me chame de Damon," Damon limpou a mesa e foi até o bar atrás dele. "Alguma coisa para beber?"
"Um, claro,"
Damon voltou com uma garrafa de uísque e dois copos. Damon estava agindo de forma simpática e amigável, mas isso só deixava Dylan ainda mais ansioso. Dylan estava inquieto e Damon tomou seu tempo para servir as bebidas.
"Obrigado," Dylan disse assim que recebeu seu copo. Damon o observou atentamente e Dylan engoliu a bebida nervosamente.
Damon então abriu a primeira gaveta de sua mesa e puxou uma pasta. Dylan não conseguia ver o que ele estava lendo, mas na verdade era um arquivo que os homens de Damon haviam reunido sobre a família Carvey. Sobre Dylan e Violet Carvey, para ser exato.
"Damon, é, uma surpresa que você queira me ver," Dylan riu nervosamente, quebrando o silêncio na sala. "Há algo que você quer de mim?"
Claro que há. Chegaremos lá.
Damon apenas sorriu. Ele virou outra página no arquivo e começou a ler em voz alta, "Dylan Anderson Carvey. Vinte e um anos. Filho de James e Barbara Carvey. Você abandonou a Fordham no ano passado antes de voltar para sua família. Por quê?"
"Não posso realmente pagar," Dylan disse simplesmente. Seus olhos estavam estreitos no arquivo na mão de Damon.
"Sim, vi que seu pai faleceu, deixando a família com uma grande dívida," Damon continuou sem tirar os olhos do papel. "Deve ser difícil para você, sendo o filho mais velho e tudo mais,"
"Está tudo bem, me viro," Dylan deu de ombros.
"O Union está te pagando bem?"
"Não tão bem quanto você,"
Damon soltou um sorriso. Ele virou outra página no arquivo e leu em voz alta.
"Você tem uma irmã mais nova, Violet Rose Carvey, de dezoito anos. Ela acabou de se formar no McNair High School e recebeu uma bolsa de estudos em Harvard,"
"Isso é verdade," Dylan assentiu.
"Ela deve ser uma garota muito inteligente para conseguir uma bolsa de estudos integral para Harvard,"
"É,"
"Por que ela não aceitou?"
"Porque ela é muito mais gentil do que inteligente,"
Damon soltou outro sorriso. Parecia uma resposta fascinante para ele. Ele colocou o arquivo de lado e encarou Dylan nos olhos pela primeira vez naquela noite.
"Que interessante," ele disse. "Me conte mais,"
"Um, bem, não sei o que te dizer," Dylan se remexeu desconfortavelmente na cadeira. "Violet é uma boa garota. Ela estuda muito, adora ler. Ela ama sua família. Ela vai à igreja aos domingos—"
"Ela é religiosa?" Damon a interrompeu.
"Eu acho que sim," Dylan respondeu.
"E você não é?"
"Meio que desisti da ideia de Deus existir há muito tempo," Dylan deu de ombros.
"Entendo," Damon se levantou da cadeira e foi até a janela perto da mesa. Ele virou as costas para Dylan enquanto dizia, "Sua irmã está envolvida com algum cara no momento?"
Dylan achou a pergunta bastante estranha, mas Damon era um cara estranho. Essa reunião em geral era muito estranha. Ele foi convocado repentinamente para o escritório privado de um rei da máfia, Damon tinha um arquivo sobre ele e sua irmã, e estava perguntando a Dylan sobre assuntos privados. Dylan não sabia para onde isso estava indo e não sabia o que fazer além de continuar respondendo.
"Até onde sei, Violet nunca esteve com nenhum cara. Ela sempre está ocupada com o trabalho e coisas assim," Dylan respondeu. "Acho que ela nem teve um namorado,"
Damon virou a cabeça instintivamente. Seus olhos encontraram os de Dylan novamente e ele pausou por um momento antes de dizer, "Você está dizendo que ela é virgem?"
Dylan não sabia o que dizer. Ele sabia a resposta para aquela pergunta, mas estava mais preocupado com o motivo pelo qual Damon estava perguntando tais coisas em primeiro lugar.
"Responda a pergunta, Carvey," Damon disse novamente. Seu tom era profundo e exigente, Dylan se viu engolindo em seco.
"Sim, acredito que sim,"
"Ótimo," Damon soltou um sorriso, um grande desta vez.
"E por que isso é algo bom?" Dylan perguntou. O clima na sala estava ficando cada vez mais desconfortável para ele.
Damon simplesmente virou-se e voltou para a mesa. Ele se sentou na beirada da mesa, de frente para Dylan. Então ele inclinou a cabeça para o lado e disse, "Porque tenho uma oferta para você e pode ajudar na situação da sua família,"
Dylan manteve o olhar firme em Damon e perguntou, "Qual é?"
O sorriso de Damon se alargou, e ele nem sequer pestanejou ao dizer, "Vou te dar um milhão de dólares pela virgindade de sua irmã,"
-
-
-
-
- Continua - - - - -
-
-
-