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CAPÍTULO 2 A garota que coxeia

Xavier

Primeiro dia do nosso primeiro ano na faculdade e havia tantas garotas! Claro que a maioria provavelmente iria atrás do Sebastian e do Cristos, mas eu só precisava de uma. A garota que me faria sentir completo.

Estávamos conversando com algumas garotas debaixo de uma das árvores perto da entrada do nosso prédio. Malia e Alison eram ambas veteranas. Malia, que atualmente fazia parte do conselho estudantil, era prima do Sebastian.

"Claro, pai. Te vejo depois da aula. Te amo," ouvi uma voz melodiosa dizer. Para mim, a voz dela era tão bonita e tão rara... como música para os meus ouvidos. Rapidamente olhei ao redor dos estudantes perto do estacionamento, desesperado para encontrar a fonte daquela voz, quando a vi mancando pela calçada do campus.

"Olha o Frankenstein," disse a garota chamada Alison, apontando para a garota que mancava em nossa direção. Alison não era uma amiga próxima de Malia, mas como estava de olho no Sebastian, decidiu ficar conosco antes das aulas começarem.

Quando a garota com o ferimento passou por nós, ela nos pegou olhando para ela. Normalmente, quando as garotas nos pegam olhando para elas, desviam geralmente o olhar, corando. Mas ela ficou nos encarando de volta e, pela primeira vez, me senti pequeno sob o olhar dela.

"Alison, você não sabe do que está falando," disse Malia severamente. "Essa garota passou por muita coisa."

"O que você quer dizer? Ela levou uma coça de caminhão?" Alison disse, rindo. "Porque ela definitivamente parece que foi atropelada por um ônibus."

"Alison, é melhor você calar a boca ou vou fazer com que você pareça que foi atropelada por um ônibus amanhã," eu disse, irritado. Alison me olhou de boca aberta, chocada por eu ter ameaçado ela. Fiz bico e dei um tranco nela. Ela não fazia parte do nosso grupo mesmo. Eu estava vidrado na mina machucada.

"Malia, o que aconteceu com ela?" perguntei, impaciente. Não podia acreditar que algo terrível pudesse acontecer com alguém com uma voz tão bonita.

"Não cabe a mim te contar, mas ela foi agredida," Malia disse, suspirando, a tristeza nos olhos enquanto observava a garota passar lentamente por nós.

Agredida?! O quê?! Acho que meu rosto refletiu o horror que senti, porque a garota rapidamente abaixou o rosto.

"O que você quer dizer com agredida, Malia?" perguntou Sebastian, seu rosto ficando sombrio.

"Sebastian, me desculpe. Eu disse que não cabe a mim contar para vocês," respondeu Malia.

"Aconteceu aqui?" perguntou Cristos.

"Eu não sei, Cristos," respondeu Malia. "Ela se inscreveu para uma bolsa de estudos e, por causa de sua situação, a admissão deu a ela uma bolsa integral. Na verdade, quando ela veio para a entrevista, seu rosto estava muito pior do que isso e ela estava de muletas. Até agora, ela está se recuperando bem e já consegue andar sozinha. Gente, se ela estiver em uma das suas aulas, não falem ou mencionem nada sobre isso. Acho que ela e a família estão na moita. Sabe de uma coisa? Não façam merda nenhuma. Estou avisando vocês."

Quando chegamos à aula, ficamos surpresos ao encontrá-la sentada perto do canto, pronta para anotar. Em vez de entrar na nossa sala, Cristos foi até um grupo de garotas que estavam perto da porta.

"Ei. Vocês sabem o nome daquela garota?" Cristos perguntou casualmente, apontando discretamente para a garota com o ferimento.

"Sim, Joy Taylor," respondeu uma das garotas.

"Alguém sabe o que aconteceu com ela?" perguntou Sebastian.

"A assistente de ensino disse que ela foi agredida. É tudo o que sabemos. Se você quiser saber mais, acho que tem que perguntar a ela," respondeu a mesma garota.

"Obrigado," eu disse, arrastando os dois pro canto. "Sebastian, pergunte por aí se alguém sabe de algo sobre essa garota. Se você encontrar os desgraçados, eu quero saber. Nada fica impune."

"Pode deixar," respondeu Sebastian. "O que você vai fazer se eu encontrar os idiotas que fizeram isso com ela?"

"Vou moer os caras todinho antes de colocar duas balas em suas cabeças," respondi sinceramente. "Olhe para ela. Como alguém pode fazer algo assim com ela?"

"Não sei, mas parece que ela pisou no calo de alguém," Cristos disse enquanto a observava de longe. "A quantidade de ferimentos é equivalente a raiva. Mas olhe nos olhos dela. Há uma tristeza neles. O que quer que tenha acontecido com Joy Taylor, ela não merecia."

"Exatamente o que eu penso," concordei com ele. "Quero saber o que aconteceu com ela. Vamos usar todas as nossas conexões e descobrir o que pudermos."

"Olha só, pessoal. O professor chegou," murmurou Sebastian, apontando discretamente para um homem alto entrando na sala de aula. Ele tinha cabelo branco e óculos e estava segurando uma pasta e uma xícara de café. Nós o seguimos para dentro, pausando para encontrar cadeiras para sentarmos juntos.

Eu a peguei nos olhando e decidi dar um pequeno sorriso. Achei que ela sorriria de volta, mas escondeu rapidamente o rosto. Suspirei. Queria ajudá-la, mas simplesmente não sabia como.

Cristos cutucou e apontou para alguns assentos vazios atrás dela. As coisas estavam melhorando.

Rapidamente nos sentamos atrás dela. Queria me apresentar, mas ela parecia nervosa. Claro... quem não ficaria nervoso depois de ser machucado daquele jeito?

A perna de Sebastian continuava batendo na minha enquanto ele se sentava, espalhado, que nem tiozão arejando o ovo.

"Sebastian, por favor, pare de me apertar," eu disse, empurrando a perna dele para longe.

Ela de repente se virou para nos olhar e ficou surpresa ao nos ver sentados atrás dela. Estava prestes a dizer oi, mas ela virou rapidamente de volta. Esperava que ela se virasse de novo, mas durante toda a aula, ela nos ignorou.

Foi a primeira vez que me senti invisível... e doeu para caramba.

Depois da aula, observei tristemente ela se afastando. Estava prestes a segui-la quando Cristos me parou.

"Xavier, vamos dar um tempo para ela. É apenas o primeiro dia de aula. Não se preocupe, uma oportunidade vai aparecer. Quando ela precisar de nós, estaremos lá para ela. Por enquanto, vamos deixá-la se ajustar," ele disse.

"Concordo," disse Sebastian. "Vamos focar em descobrir quem fez isso com ela." Ele tirou o telefone do bolso e discou.

"Capo De Luca, preciso que você e os outros capos façam uma pesquisa para mim," disse Sebastian. "Não, não é para a escola. Bem, é... mais ou menos. Quero que perguntem se alguém sabe de uma agressão a uma garota de dezoito anos, alta e esbelta, com cabelo castanho e olhos azul-esverdeados. Se encontrarem alguma coisa, e quero dizer qualquer coisa, me avisem."

"Não, De Luca, não toquem neles se encontrarem. Xavier vai fazer a festa," acrescentou Sebastian antes de desligar.

Sorri sinistramente. Eu faria eles pagarem pelo que fizeram com ela.

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