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Ava tentou conter os soluçar. Embora não conseguisse conter as lágrimas ou o medo, chorava em silêncio. Os homens tinham aberto a porta da garagem e agora estavam dando marcha à ré, evitando bater no carro dela, e começaram a dirigir pela estrada. Ava fsentiu um frio na espinha e um nó no estômago enquanto tentava imaginar para onde eles a estavam levando.
Eles dirigiram por horas para Ava. Mas, como não haviam deixado a cidade, isso parecia improvável. Em algum momento, suas lágrimas pararam, não porque ela tinha se resignado ao seu destino, mas por pura exaustão.
Ela estava cansada quando chegou em casa, e agora, à medida que a adrenalina começava a diminuir, ela se sentia como um balão que havia perdido o ar, vazio e murcho. Seus dois captores não tinham dito uma palavra desde que saÃram de sua casa. Em sua mente, ela apelidou o baixinho de Sr. Pequeno e o outro de Sr. Músculo. Isso tornava a situação menos intimidante. Era só um mecanismo de defesa, mas servia para ela.
O carro diminuiu a velocidade. Do ponto de vista de Ava, era difÃcil ver qualquer coisa além do topo dos prédios e do céu noturno. Mas podia ouvir o ritmo constante da música de boate e, vez ou outra, os grito das pessoas. Ava se animou, se houvesse pessoas por perto, ela poderia ser resgatada. Ela acreditava firme crença na bondade natural das pessoas. Você pensaria que depois de três anos trabalhando na emergência, sua visão de mundo um tanto ingênua teria desaparecido. Mas ela encontrava exemplos todos os dias do bem que as pessoas faziam umas pelas outras. Portanto, ela estava convencida de que se conseguisse fazer as pessoas do lado de fora do carro saberem que precisava de ajuda, eles forneceriam essa ajuda. Ela só precisava descobrir como avisá-los de que estava ali. Enquanto refletia, o carro virou em um beco, a julgar pela proximidade das paredes dos prédios ao redor. O Sr. Baixinho se virou e a encarou intensamente. Ava preferia nem imaginar o que aquele olhar escondia.
"É melhor você ficar quieta, sua cadela, se sabe o que é bom para você. Se tentar gritar e alguém vier verificar você, eu vou colocar uma bala neles. Está claro?" ele perguntou. Ava sentiu-se pálida. Lá se foi seu plano pela janela. Ela nunca colocaria outra pessoa em perigo assim. Ela assentiu. "Parece que a cadela finalmente entendeu que não deve falar," o Sr. Baixinho riu para o amigo. O Sr. Músculo riu enquanto os dois saÃam do carro. Ava ficou rÃgida, sentindo a adrenalinatomar conta ao ouvir a porta de trás se abrir. Alguém cortou as amarras de seus tornozelos e a levantou, colocando-a de pé. Suas pernas estavam rÃgidas depois de terem sido dobradas em uma posição desconfortável por tanto tempo. Ninguém deu importou enquanto o Sr. Músculo a empurrava para frente, com as mãos ainda atadas. Eles estavam de fato em um beco, Ava notou. Era largo o suficiente para o carro, mas não muito mais. Mais à frente, havia alguns contêineres de lixo e três lâmpadas piscando ao lado de um dos prédios, iluminando precariamente o local. Eles estavam indo em direção a uma porta de aço verde, a única porta à vista.
O Sr. Pequeno bateu na porta e, após um momento, ela foi aberta por um homem loiro em um terno azul escuro. Ele parecia ter saÃdo diretamente de uma reunião de negócios. Mesmo através do medo e do pânico, Ava pôde ver que ele era um homem de dar água na boca. O tipo de homem que enlouquecia as mulheres. Ele a olhou, sem encontrar seus olhos e uma de suas sobrancelhas se ergueu.
"Pensei que vocês dois tinham saÃdo para uma coleta," ele disse com voz calma. Ava queria implorar para que ele a ajudasse, para não deixar os outros dois homens levá-la embora. Mas ele parecia conhecê-los, ela teve um pressentimento de que ele não a ajudaria.
"Será que parece que voltamos de mãos vazias?" disse o Sr. Pequeno para o deus loiro. O homem loiro olhou para baixo, o Sr. Pequeno mal chegava aos ombros do homem loiro. O deus loiro olhou para o Sr. Pequeno por um longo tempo, tudo o que podia ser ouvido era o batida constante da música vindo do prédio.
"Leve-a para a sala de contagem," disse o homem loiro, e Ava sentiu toda a esperança morrer. O Sr. Pequeno e o Sr. Músculo sorriram, e empurraram Ava através da porta e para um longo corredor branco com portas dos dois lados. "Desamarre as mãos dela e espere por mim," disse o homem loiro quando pararam em frente a uma porta. Ele tirou um cartão de segurança e o segurou em direção a um leitor ao lado da porta e digitou uma sequência de números. A fechadura clicou e o Sr. Pequeno a empurrou para dentro. Ava foi rudemente escoltada para a sala e a porta se fechou atrás deles com um estrondo. Para Ava, o som foi o selo final de seu destino. Ela não tinha mais chances de escapar. O Sr. Músculo tirou uma faca e Ava deu um pulo. Ele riu e cortou as amarras em torno de seus pulsos. Ava estendeu os braços para frente, esfregando os pulsos e começando a sentir o fluxo sanguÃneo sendo restaurado para seus braços. Seu ombro direito, o braço que o Sr. Músculo torceu atrás de suas costas, doÃa. Ela não achava que estava gravemente ferido, talvez um pequeno rasgo no tecido muscular ou ligamentos esticados. Enquanto esfregava os pulsos, ela começou a recuar, certificando-se de manter um olho nos dois homens. Eles a observavam enquanto a parte de trás de suas pernas batia na mesa que estava no meio da sala. Ava seguiu cuidadosamente o contorno da mesa, nunca tirando os olhos do Sr. Músculo ou do Sr. Pequeno. O deus loiro não tinha se juntado a eles na sala. Ela chegou à borda da mesa e começou a recuar novamente, colocando a mesa entre ela e os dois homens.
"Vamos lá, queridinha. Não precisa ter medo de nós," disse o Sr. Músculo. Se Ava já não estivesse com medo além da conta, aquele sorriso a teria deixado apavorada.
"Sim, cadela, somos legais," concordou o Sr. Pequeno.
"Fique longe," disse Ava com um claro tremor em sua voz.
"A cadelazinha encontrou a voz de novo," provocou o homem baixo.
"Fique longe, não cheguem perto de mim," repetiu Ava, desesperada.
"Mas precisamos testar a mercadoria," disse ele com um largo sorriso.
"Q-que mercadoria?" perguntou Ava e olhou ao redor para ver o que poderia usar para se defender. A sala estava vazia além da mesa no centro. Em cima da mesa, havia alguns lápis, uma contadora de notas e um grampeador. Naquele instante, Ava odiava a própria vida.
"Você, você é a mercadoria, queridinha," informou o Sr. Músculo.
"Você está louco? Eu sou uma pessoa, não uma coisa," ela gritou para eles.
"Cadela, você é uma pessoa que vamos vender para outras pessoas. Você vai fazê-las se divertir por um tempo e depois será a vez da próxima pessoa," disse o Sr. Pequeno. "Mas primeiro preciso te experimentar, precisamos saber que preço estabelecer," ele sorriu e começou a se aproximar dela. Ava já estava além do pânico neste ponto. Eles iriam vender o corpo dela para homens terem relações sexuais? A ideia a deixou enjoada e gelada de medo. Não, ela não podia permitir que isso acontecesse. Ela precisava fazer algo, qualquer coisa. Ava não podia permitir que aquele ser humano repugnante que se aproximava dela a estuprasse. Ele era repulsivo e cruel e ela não tinha esperado pelo homem certo para ser seu primeiro. Ela reconheceu que não havia muito que pudesse fazer. Mas precisava tentar. Algo se quebrou dentro dela, e ela pegou a contadora de notas da mesa e a lançou em direção ao Sr. Pequeno.