Não vou ser sua submissa!

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Capítulo 6

Pov Samantha.

Chegar cedo ao escritório nunca tinha sido tão prazeroso para mim quanto hoje. A realidade é que não consegui dormir a noite inteira, recusei-me a lavar o paninho de Fernando porque queria continuar sentindo seu aroma e também tinha seus olhos azuis na minha mente, me despindo e me fazendo dele sem contemplação.

Entro no prédio com duas xícaras de cappuccino que comprei no caminho, uma para mim e outra para Cloe. É a única amiga que tenho, além das freiras do orfanato.

Pego o elevador tentando conter os nervos que se formam em meu corpo ao pensar em vê-lo novamente.

«Você precisa se acostumar»

Fernando é agora meu chefe e estará por aqui por muito tempo, se não for para sempre. Ouvi dizer que o pai dele tem o hábito de deixar seus filhos herdarem suas empresas, e certamente se o enviou para cá é porque esta agora é dele.

Só de pensar nisso meu coração para, e um frio percorre meu ventre até chegar às minhas pernas.

Inspiro e expiro antes de o elevador se abrir. A primeira coisa que meus olhos veem quando dou alguns passos é o rosto desagradável de Gerard Dubois; e não é que ele seja um homem feio, ele é atraente, tem sobrancelhas grossas e lábios cheios, mas sua presença é desagradável, é como se ele fosse o vilão típico de uma história de terror.

—Temos trabalho a fazer, docinho —levanto a sobrancelha, irritada.

Não dou importância e, apesar de saber que ele está andando atrás de mim, sigo até o posto de trabalho de Cloe. Coloco o cappuccino na mesa dela e sigo para a minha sala depois de lhe dar bom dia.

—Bom dia, chefe, e obrigada pelo café —diz ela empolgada, e eu sorrio.

Sento-me na minha mesa ao mesmo tempo em que cruzo as pernas. Gerard me examina de maneira nojenta, e não o culpo. Estou com o cabelo preso em um rabo de cavalo alto que chega até a ponta do meu traseiro; uma saia preta com fenda até minhas coxas e uma camisa branca de botões, que, cabe destacar, os primeiros botões estão um pouco abertos, e não é porque quero mostrar meus seios, é simplesmente porque não serve mais (preciso comprar roupas novas, eu sei).

—Que trabalho? Eu acho que eu deveria saber sobre os trabalhos antes de você, não é? —Nos lábios do homem de forma uma sorriso que eu tenho certeza é de deboche.

Aperto os punhos com força, porque se Fernando informou qualquer projeto, trabalho ou algo parecido a ele antes de mim, que sou a gerente da empresa, eu vou matá-lo.

«Não posso matá-lo, não antes dele me comer»

«Nem tudo é sexo, Samantha», me repreendo mentalmente.

—Fernando acabou de me entregar o próximo projeto que a família dele criou. Trata-se de inteligência artificial, é um projeto que está sendo desenvolvido há anos, mas que vai entrar em operação aqui em nossas instalações por ordens de Demetrio —explica ele.

A ira se apodera de mim porque eu deveria ser a primeira a saber dessa informação. Sem responder a nada do que ele diz, pego minha bolsa e caminho até a sala de Fernando.

—Senhorita, o senhor Fernando está em uma reunião —fala Lucas, o secretário de Fernando.

Ignorando suas palavras, entro batendo a porta. Fico paralisada ao ver na tela Demetrio Laureti e Evangelina Anderson conversando com o filho. Fico gelada porque a tela é tão grande que eles puderam ver a raiva com que entrei no escritório.

—Bom dia, senhor Demetrio, senhora Eva, desculpem, eu não sabia que estavam em reunião. —Minto.

O rosto de Fernando assume um ar de deboche ao me ver tão nervosa, e sim, estou muito nervosa; além de respeitar muito o homem que confiou em mim, preciso reconhecer que o rosto e a autoridade de Evangelina Anderson me deixam ansiosa.

—Da próxima vez, deve bater na porta, senhorita Samantha —diz Fernando, recostando-se na cadeira.

Está sentado no sofá de veludo preto, um que eu nunca tinha visto nesta sala antes, então presumo que ele tenha mandado reformar, ainda cheira a novo, e além disso, a decoração é requintada, entre preto e carmesim, dando um toque sexual e elegante ao lugar (exatamente como ele é). Eu o olho com uma sobrancelha levantada porque ele também não bate na porta quando entra no meu escritório, e mais porque parece espetacular em um terno azul claro que adere ao corpo, usa outro relógio no pulso esquerdo, que combina com a roupa. Quantos relógios ele tem?

—Desculpe, peço desculpas, senhor Demetrio, só vim perguntar sobre o projeto, e porque não fui informada sobre isso —digo apertando minha bolsa, mas não olho para Fernando, o olhar está diretamente para os senhores na tela.

Demetrio franze a testa antes de falar.

—Como você está, Samantha? —sorrio.

—Mercier —Eva me dedica um sorriso fechado, enquanto me chama pelo sobrenome.

Fico totalmente nervosa quando ela faz isso (ela sempre faz). Porque sinto que a mulher em questão é a bruxa dos contos de fadas, uma bruxa extremamente linda.

—Fernando, todos os projetos devem passar depois de você, por Samantha. —Ela sorri na direção de Fernando, que tem um dedo indicador em seus lábios.

Engulo seco ao vê-lo, ele parece um pouco irritado, mas não me importo. O dever dele é dizer antes para Gerard, não posso passar vergonha na frente de um homem que só quer minha cabeça.

—Está bem, pai, mas tenho minhas razões para isso, depois comento, amo vocês e tenham uma boa tarde. —Desliga a tela deixando seus pais no ar.

Com o botão que tem na mão, ele esconde a tela. Estou tremendo, não vou negar, o rosto de Fernando pela primeira vez está fechado em uma expressão forte, e tenho que engolir duas vezes para me conter.

—Não te informei sobre o projeto porque você não tinha chegado —bufo. Cheguei na hora indicada, além disso, não é desculpa—. Precisava começar a trabalhar com isso o quanto antes, e só pedi o favor a Gerard, já que ele tinha chegado antes que você, para passar o relatório a todos.

—Você deveria ter convocado uma reunião e explicado tudo relacionado, no entanto, antes de convocá-la, eu devo estar ciente, você ouviu seu pai, como posso fazer meu trabalho se você não me deixa? —digo soltando o ar preso nos pulmões.

Fernando se vira para me olhar. Seus olhos estão mais escuros, e o que era um mar neles, se transformou em uma tempestade; sexy e intimidante.

—Como eu gostaria de te castigar por ser tão mal-humorada e rebelde —ele se aproxima, diminuindo a distância, mas não recuo, embora eu esteja morrendo de nervosismo, continuo com o queixo erguido, olhando para ele como se minhas calcinhas não estivessem começando a se molhar.

"Ela me trai"

—Mulheres como você, Samanta, merecem dor, cheia de muito prazer. —Minhas pernas tremem com suas palavras.

—Prazer que o senhor, Fernando, não vai me dar, —mexo na minha bolsa e tiro o lenço que ele me deu no dia anterior. —. Muito obrigada pelo lenço.

Saio dali agitada, com o coração disparado, e com a respiração entrecortada.

—Onde está Gerard? —pergunto a Cloe.

—Ele saiu, senhora, mas deixou o relatório na mesa. —Assinto com a cabeça.

Entro no escritório e me enfio de cabeça na leitura do relatório. Realmente é algo bem estruturado, um projeto digno de um Laureti, e que certamente não teria ocorrido a qualquer um.

Me levanto para refrescar o rosto, percebendo que já é meio-dia e devo almoçar (não vou repetir o que aconteceu no dia anterior). Então penso em sair para comprar algo para comer, porque realmente estou morrendo de fome.

—Senhora, o senhor Fernando diz que a espera na cafeteria da empresa, pediu almoço para ambos, precisa discutir com a senhora algo sobre o projeto. —Cloe se aproxima da porta com um sorriso malicioso.

"Vou almoçar com Fernando pela primeira vez na minha vida!"

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