GRÁVIDA DO MELHOR AMIGO DO MEU FILHO

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CAPÍTULO 6

SABRINA

Quando estive nas incubadoras com minhas meninas, pude ver ainda mais a semelhança que elas têm com o pai.

Sinto que terão os olhos dele. Felizmente, Fabio e meu filho vão embora em dois dias e minhas filhas não sairão das incubadoras por pelo menos um par de semanas, então poderei evitar por enquanto que eles vejam os olhos delas.

Embora não acredite que conseguirei evitar que minha amiga as veja, já que ela adora as meninas e sempre está comigo. Que desculpa dar para não querer que ela fique perto das minhas filhas? Nenhuma, claro. Só peço a Deus que ela não perceba que são suas netas.

— Bom, mamãe, nós vamos te mandar para casa. Você pode vir diariamente visitar suas filhas, alimentá-las e, em duas ou três semanas, elas também irão para casa com você — me informa a doutora.

— Obrigada, doutora, é muita gentileza sua — respondi.

— Mamãe, vou buscar o carro, a Lucía e o Fabio vão te ajudar a descer. Espero vocês lá embaixo — meu filho me deu um beijo na testa e desceu, deixando-me sozinha com minha melhor amiga e o filho dela.

— Vou te ajudar a passar para a cadeira de rodas — disse Fabio, pegando-me em seus braços fortes e bem trabalhados e colocando-me com cuidado na cadeira de rodas.

— Pronto, já podemos ir — anunciou Lucía, que estava terminando de juntar as coisas.

Fabio foi quem empurrou a cadeira de rodas até a saída. No carro, ele novamente me pegou nos braços para me colocar dentro, depois os quatro seguimos rumo à casa, onde mais uma vez Fabio me ajudou a entrar.

Ficamos na sala até que Lucía e Fabio precisaram ir embora. Meu filho foi quem me ajudou a subir as escadas até o meu quarto.

— Mamãe, você realmente não lembra quem é o pai das gêmeas? — perguntou meu filho.

— Não, já te disse que estava muito bêbada e quando acordei fiquei assustada e saí daquele lugar sem saber com quem tinha dormido — respondi, e tenho certeza de que vou para o inferno por mentir.

Não quero estragar a amizade do meu filho com Fabio, nem minha amizade com Lucía, então o melhor é manter a mentira.

— Bom, isso não importa mais. Minhas irmãs terão a mim para cuidar delas. Fabio e eu decidimos adiantar algumas matérias, então não voltaremos nas férias.

Estudaremos direto para poder voltar ao país em dois anos. Assim, estarei aqui o mais rápido possível para ajudar com minhas irmãs quando começarem o pré-escolar — informou Mauricio.

Por um lado, fico feliz que eles vão embora e não os verei por dois anos. Não é porque não quero meu filho por perto, na verdade é por causa do Fabio. Se minhas meninas continuarem parecendo com ele quando crescerem, não poderei esconder que ele é o pai delas por muito tempo.

Mas, por outro lado, dois anos passam rápido e eles voltarão. Vendo as meninas todos os dias, notarão a semelhança com Fabio.

Não sei o que é melhor, dizer a verdade agora ou esperar dois anos e pedir a Deus que não percebam. Por que eu tinha que beber tanto naquele dia?

— Filho, se é isso que você quer, saiba que sempre irei te apoiar e estou certa de que suas irmãs ficarão felizes quando você voltar — respondi.

—Espero que sim, sou o irmão mais velho, devem me adorar —responde o atrevido

—Bom, bom, agora preciso descansar, você me deixa? —falei com meu filho

—Tá bom, descanse, linda —Mauricio me deu um beijo nas bochechas e se foi

Os dias foram passando, e embora Fabio e meu filho me levassem todos os dias ao hospital para ver minhas filhas, no terceiro dia eles tiveram que ir embora e eu agradeci, já que minhas filhas abriram um pouco os olhos quando eu estava amamentando e se seus olhos fossem como os do pai.

Não sei o que vou fazer agora, porque não podiam herdar os meus olhos, tinham que ser uma cópia exata do pai, que má sorte a minha.

Assim o tempo começou a passar e Lucía, minha grande amiga, me acompanha todos os dias ao hospital para ver minhas filhas.

Com ela não sei o que fazer, sei que ela vai perceber mais cedo ou mais tarde, eu preferiria que fosse mais tarde porque de verdade não quero perder sua amizade.

Desde que conheci Lucía minha vida ficou mais alegre e cheia de cor. Ela me ensinou a sorrir de novo depois de muitos anos de amargura, se eu a perdesse agora seria um golpe muito forte para mim.

Minhas filhas finalmente, depois de duas semanas, receberam alta. Lucía me ajudou a levá-las para casa, o quarto delas já estava pronto, mas por agora elas vão dormir no meu quarto comigo.

Elas são muito pequenas e não quero perdê-las de vista em nenhum momento. Lucía está ficando comigo por enquanto. Ela diz que é para me ajudar com as meninas, mas sei que ela sente curiosidade sobre o pai das minhas filhas.

Depois de um mês com minhas filhas, elas passam mais tempo de olhos abertos e minha amiga não para de olhá-las quando estão acordadas, é como se soubesse, mas não diz nada.

—Amiga, tem certeza que não lembra quem é o pai das suas filhas? —pergunta Lucía sem parar de observar minhas filhas, o que me deixa nervosa

—Já te disse. Bebi demais e não me lembro, nem mesmo lembro como chegamos àquele hotel —respondo um tanto incômoda

—Devíamos ir ao hotel e perguntar quem pagou pelo quarto —comenta Lucía

—Não faz sentido, não vou procurar um homem que nem conheço para se responsabilizar pelas minhas filhas, é melhor não saber quem era —respondi

—E o que vai acontecer quando as meninas perguntarem pelo pai? —insiste Lucía

E sim, eu tenho pensado nisso, não sei o que vai acontecer quando minhas filhas começarem a escola e virem que os colegas têm pai e mãe e elas não, mas o que posso fazer? Dizer a verdade e me arriscar a perder minha melhor amiga e meu filho perder o melhor amigo?

—Não sei, resolveremos na hora certa —respondo um tanto desconfortável com o tema.

Sei que devo contar a verdade a todos em algum momento e talvez o faça quando meu filho e Fabio voltarem. Sei que essa verdade não poderei esconder por muito tempo, mas acho que devo esperar. Fabio e meu filho terminam os estudos em dois anos, então terei que contar toda a verdade.

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